A decisão de Salvini ocorre um dia depois de ter denunciado uma alegada devolução de migrantes neste posto fronteiriço por parte da polícia francesa.

Salvini divulgou na sexta-feira à noite um vídeo filmado por um habitante da localidade fronteiriça de Clavière, que mostra uma viatura da polícia francesa a deixar três pessoas do lado italiano, partindo depois para França.

O ministro italiano disse na altura que “sem explicações rápidas, concretas e convincentes” da parte de Paris, consideraria o ocorrido “um ato hostil”.

As autoridades locais francesas indicaram depois em comunicado que se tratou de um procedimento de não admissão na fronteira, de acordo com a prática acordada entre as duas polícias, mas, segundo Salvini, não existe nenhum acordo bilateral para este tipo de operações.

“Agora os tempos mudaram e não aceitamos que sejam devolvidos a Itália os estrangeiros detidos em território francês sem que as nossas forças da ordem possam verificar as identidades”, sublinhou Salvini, que é também vice-primeiro-ministro e presidente do partido de extrema-direita Liga.

Não é a primeira vez que Salvini faz este tipo de denúncias. Na passada segunda-feira, já tinha criticado a devolução de migrantes por agentes franceses, pedindo explicações às autoridades de Paris.

As relações entre Roma e Paris tornaram-se mais tensas nos últimos meses. A Itália acusa os parceiros europeus, a começar pela França, de deixarem as autoridades italianas sem apoio para gerir a crise migratória, depois de 700.000 migrantes terem chegado à costa italiana desde 2013.