Segundo o ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, o navio foi tomado pelos migrantes e refugiados quando estes perceberam que iam regressar à Líbia.
A imprensa italiana e internacional está a relatar que o petroleiro “Elhiblu I”, com pavilhão da República de Palau, resgatou “um grupo de migrantes” na noite de terça-feira em águas internacionais, onde a guarda costeira líbia é responsável pelas operações de socorro, e prosseguiu a sua rota em direção ao porto de Tripoli (capital da Líbia).
A cerca de seis milhas náuticas do porto de Tripoli, o navio mudou subitamente de rota e rumou para norte em direção à Europa, relatou Matteo Salvini.
De acordo com o também vice-primeiro-ministro e líder da extrema-direita italiana, o petroleiro estava hoje à tarde a meio do caminho entre Tripoli e Malta.
“Estes não são migrantes em perigo, são piratas, só irão ver Itália através de um telescópio", declarou Matteo Salvini, assegurando que o petroleiro não será autorizado a entrar em águas italianas caso opte por dirigir-se para Lampedusa ou para a Sicília.
“É a demonstração mais óbvia de que não estamos a falar de operações de socorro de pobres náufragos que fogem da guerra, mas de tráfico criminoso de seres humanos que é gerido de forma criminosa", acrescentou.
A atual coligação governamental italiana, composta pela Liga (partido de extrema-direita) e o Movimento 5 Estrelas (M5S, populista), tem adotado uma linha dura em matérias relacionadas com as migrações e dificultado o trabalho dos navios humanitários envolvidos no resgate de migrantes no Mediterrâneo, nomeadamente o bloqueio dos portos italianos a estas embarcações.
Segundo as Nações Unidas e organizações não-governamentais, os migrantes na Líbia, país imerso num caos político e securitário há vários anos, enfrentam situações de tráfico humano, sequestro, tortura e violações.
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