Bridget Floyd afirmou que os quatro dos agentes envolvidos na morte do irmão, despedidos na terça-feira, "deveriam de estar na prisão por homicídio", de acordo com o The Guardian.
George Floyd, de 46 anos, morreu na noite de segunda-feira, na cidade de Minneapolis, no seguimento de uma disputa com os polícias. O incidente foi captado em vídeo pelos transeuntes e difundido nas redes sociais e mostra a vítima mortal pedir ajuda por várias vezes e a reclamar que não conseguia respirar.
"Durante cinco minutos vemos como um agente branco apertou o joelho no pescoço de um homem negro. Cinco minutos. Quando se ouve alguém a pedir socorro, supomos que é preciso ajudá-lo. Este agente falhou no sentido humano mais básico. O que aconteceu foi simplesmente horrível", disse o presidente da Câmara de Minneapolis, Jacob Frey, em conferência de imprensa.
As autoridades do Minnesota e o FBI já estão a investigar o caso. O polícia envolvido é branco e foi identificado como sendo Derek Chauvin, agente que faz parte dos quadros da polícia há 19 anos.
A morte de George Floyd desencadeou uma série de protestos na terça-feira à noite naquela localidade, tendo a polícia que utilizar equipamento antimotim e disparado gás lacrimogéneo e balas de borracha contra os manifestantes.
No dia seguinte, os protestos continuaram, mas as manifestações foram pacíficas. No entanto, o jornal britânico relata que um grupo se deslocou em protesto para o local onde está situada a esquadra da polícia, chegando mesmo a vandalizar o edifício e a partir alguns vidros. O protesto estendeu-se a outras cidades, nomeadamente a Los Angeles, onde a multidão também saiu em protestos para sinalizar a brutalidade policial.
Estes incidentes levaram a que nessa quarta-feira, o advogado que está a representar a família de George Floyd, pedisse aos manifestantes que fizessem os seus protestos de forma pacífica e que mantivessem uma distância de segurança. "Não podemos descer ao nível dos nossos opressores e não podemos colocar os outros em perigo durante esta pandemia", realçou.
Todavia, foi também nessa manhã que Bridget Floyd disse querer que os polícias envolvidos na morte do irmão fossem acusados de homicídio.
"Está a ser muito, muito difícil para mim e para a minha família. É devastador, muito perturbador. Eu gostava que os agentes fossem acusados de homicídio porque foi exatamente isso que eles fizeram. Eles mataram o meu irmão. Ele estava a pedir ajuda", disse no programa matutino Today da NBC.
Nos últimos anos, a polícia de Minneapolis tem estado sob escrutínio por conflitos mortais com os cidadãos.
Um homem negro de 24 anos, Jamar Clark, foi baleado na cabeça e morreu, em 2015, após um confronto com dois polícias brancos que responderam a uma agressão relatada.
Um procurador do condado recusou acusar os agentes, dizendo que Clark estava a lutar por uma das armas do agente quando foi atingido.
*Título e lead do artigo corrigidos às 15h30
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