“A revolução dos caminhos-de-ferro em Portugal está em curso e este é mais um dos grandes momentos desse processo que finalmente conseguimos iniciar”, afirmou na cerimónia que assinalou a reabertura da Linha da Beira Baixa no troço entre as cidades da Covilhã e da Guarda, que esteve encerrado 12 anos.

A sessão realizou-se na Covilhã, distrito de Castelo Branco, depois da comitiva oficial ter realizado a viagem de comboio naquele troço ferroviário, cuja modernização custou um valor global de cerca de 80 milhões de euros, incluindo projetos, expropriações e as obras.

Lembrando a importância da obra para a região, Pedro Nuno Santos também destacou a importância da aposta nacional na ferrovia e criticou as décadas de desinvestimento.

“Depois de décadas de abandono, décadas de encerramentos, responsabilidade de diversos governos e diversos partidos, finalmente o país está a fazer justiça a um meio de transporte que é o meio de transporte do futuro e que nunca devia ter sido alvo do desinvestimento que foi durante décadas”, afirmou.

Apontando as “inúmeras vantagens” do transporte ferroviário, designadamente a maior comodidade, segurança, ganhos ambientais e macroeconómicos, garantiu ainda que já “ninguém vai parar” o trabalho para recuperar “o atraso de anos e anos”.

A falar numa cidade do interior, fez ainda um paralelo entre o abandono da ferrovia e o abandono daquela região e reiterou que a reabertura deste troço também promove “um, desenvolvimento mais harmonioso do país”.

“Esta linha vale por si. Esta ligação vale por si. A infraestrutura vale por si. O serviço que a CP vai organizar vale por si, mas este é só mais um elemento na revolução que nós também temos de fazer no país. Na forma como [o país] olha e se relaciona com o interior e com as regiões menos densificadas. É uma questão de justiça, de direito e de interesse nacional”, disse.

À margem da sessão, Pedro Nuno Santos foi questionado sobre os preços praticados e o risco de um dia a linha voltar encerar por não ter clientes, mas o governante e o presidente da CP, Nuno Freitas, sublinharam que estão a ser praticadas tarifas regionais neste troço, o que já é “bastante competitivo”.

Sobre a retoma do “Sudexpress” (que permite a ligação a França, via Espanha), Pedro Nuno Santos garantiu que Portugal está disponível para manter o serviço, mas que é necessário o apoio de Espanha.

Igualmente questionado sobre o processo da “Groudforce Portugal”, limitou-se a responder que o Governo está “a trabalhar para que as coisas corram bem”.