“Tendo em conta os elementos recolhidos nesta altura nas investigações (…), a Procuradoria Nacional Antiterrorismo assumiu a investigação”, indicou a mesma fonte.
O Ministério Público de Paris precisou que as novas informações estão relacionadas com os antecedentes do atacante.
Um homem de 45 anos esfaqueou mortalmente na quinta-feira quatro pessoas (três agentes policiais e um funcionário administrativo) nas instalações da sede da polícia de Paris, antes de ser abatido por um elemento das forças de segurança.
Poucas horas depois, uma fonte próxima do processo, citada pela agência France Presse (AFP), avançou que o atacante, identificado como um funcionário civil administrativo (informático) que trabalhava desde 2003 nos serviços de informação na sede da polícia de Paris, “tinha-se convertido ao islamismo há 18 meses”.
Inicialmente, a linha de investigação do incidente explorou a pista de um eventual conflito pessoal.
Os investigadores entraram nos sistemas do computador e do telemóvel do atacante à procura de possíveis motivos, bem como interrogaram a sua mulher e várias testemunhas.
Horas antes deste anúncio do Ministério Público sobre a mudança da linha de investigação, as autoridades tinham afirmado que o atacante não tinha um historial de problemas psiquiátricos e que os investigadores não tinham encontrado, até ao momento, provas que indicassem que o homem tivesse sido radicalizado por extremistas.
No mesmo dia do ataque, o Presidente francês, Emmanuel Macron, deslocou-se à sede da polícia de Paris, localizada no centro histórico da capital francesa, perto da Catedral de Notre-Dame e em frente do Palácio de Justiça, para “mostrar apoio e solidariedade a todos os funcionários”.
O ataque ocorreu um dia depois de uma manifestação de cerca de 20 mil polícias em Paris, numa “marcha da ira”, mobilização inédita há 20 anos.
Os três principais sindicatos da polícia francesa convocaram o protesto para travar os suicídios no seio da corporação e reivindicarem melhores condições de trabalho.
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