Os líderes de todo o mundo - especialmente do médio oriente - alertaram Trump de que esta decisão iria implicar consequências graves para o processo de paz e estabilidade de Jerusalém - cidade que é extremamente sensível ao conflito entre Israel e Palestina.
Israel reivindica a cidade de Jerusalém como a sua capital, depois da ocupação da parte oriental da cidade na guerra de 1967 com a Síria, Egito, Jordânia.
Por outro lado, os palestinos consideram o lado oriental de Jerusalém como a capital do seu futuro estado. Dizem ainda que esta decisão por parte dos EUA vai “minar” qualquer tentativa, por parte de Washington, de recomeçar o processo de paz nesta zona.
Trita Parsi, fundador e presidente do concelho nacional iraniano-americano, considera o anúncio de mover a embaixada como “a mãe de todos os movimentos estúpidos”.
O jornalista Syed Talat Hussain vai ao encontro das declarações de Parsi: “Parece que Trump está numa missão para destruir os vestígios de paz no Médio Oriente e noutros sítios. Será interessante ver como diferentes países muçulmanos vão reagir a esta perigosa artimanha”.
Também os jornais, no seu coletivo, marcam uma posição. O jornal Daily Star no Líbano escreveu na capa do jornal: “Sem ofensa, senhor Presidente. Jerusalém é a capital da PALESTINA”.
O chefe da lista conjunta árabe no Knesset, político e advogado Ayman Odeh escreveu no twitter: "Trump é um piromaníaco que poderia incendiar a região com a sua loucura. Isso prova que os EUA não podem ser patrocinadores nas negociações. Se o governo de Israel quer que o mundo reconheça a parte oeste de Jerusalém como a capital, aquilo que tem de fazer é reconhecer a parte leste como a capital da Palestina!”.
Samar Ziadat, historiadora de arte, também usou o twitter para partilhar a sua opinião: “Jerusalém é a capital da Palestina. Israel é um estado de “apartheid” fundado na ocupação ilegal da Palestina por militares israelitas. O sionismo é a ideologia racista e colonial que justifica a limpeza étnica do meu povo - os povos indígenas da Palestina”.
O hashtag #JerusalemIsTheCapitalOfPalestine” (Jerusalém é a capital da Palestina) tem, assim, percorrido toda a internet - nomeadamente o Twitter. O ativista e porta-voz do “Break Gaza Siege” diz: “Devemos manter o valor de Jerusalém acima de qualquer disputa entre nós. Todo o esforço por Jerusalém é apreciado e abençoado, pois é essa a primeira e principal preocupação dos muçulmanos.
A organização “JewishVoiceForPeace” (Voz Judaica para a paz) que posiciona-se contra as políticas israelenses para com a Palestina e o seu povo também escreve: “Se Trump mover a embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém vai aumentar as chamas e provocar aqueles que seguram a cidade”.
Ali Abdunimah, cofundador da Intifada eletrónica (revista on-line que documenta a ocupação israelense) escreve ainda: "Há sempre violência em Jerusalém: a ocupação militar é, por definição, a violência".
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