“Fazia falta olhar para o tipo de espectadores que queremos [no cinema] (…). E recuperar estes espectadores para o cinema faz-se desde o início, com miúdos, que cada vez mais têm ofertas televisivas, cheias de séries que se repetem”, afirmou Miguel Valverde, da direção do IndieJúnior, aquando da apresentação do festival.
Segundo o responsável, há atualmente uma “profusão de imagens” difundidas pela televisão que faz com que haja necessidade de dar “outro tipo de experiência às crianças”.
“Mesmo as longas-metragens que estreiam atualmente no cinema, sejam da Disney ou da Pixar, estão formatadas para um certo modelo”, disse, e a curta-metragem “é tão diferente e pode ter tantas possibilidades que faz com que, na prática, as crianças possam descobrir coisas que não descobririam de outra maneira, e cada filme pode ser como uma espécie de uma aventura, quase como uma brincadeira que se descobre e se redescobre”.
A sessão inaugural do festival realiza-se hoje, às 16:30, no Rivoli, com a curta-metragem “Até ao Céu Leva Mais ou Menos 15 Minutos”, de Camila Battistetti, a ser apresentada pela atriz Patrícia Queirós e com entrada gratuita.
Miguel Valverde disse que pretende que o público-alvo, mas também adultos, “encontrem referências” neste IndieJúnior e que essas “valham para o futuro”, porque o objetivo é não limitar uma sessão de cinema a um ecrã, mas fazer com que, depois, em casa, o filme continue a ser abordado.
O evento, que conta com o apoio da Allianz (que também dá nome ao festival) e da Câmara do Porto (com a cedência de espaços), vai decorrer na Biblioteca Almeida Garrett, que acolherá sessões destinadas a escolas, no Rivoli, onde serão exibidos “Pequenos Grandes Clássicos” (como “E.T.”, “A Sombra do Caçador” e “Gremlins”), para além da programação infantil da competição, e no Cinema Trindade, onde “haverá também sessões infantis, mas também a competição das longa-metragens”, explicou o diretor.
No total, disse Miguel Valverde, serão apresentadas cinco longas-metragens e 45 curtas-metragens, sendo que haverá três júris: um composto especificamente por crianças “de escolas que colaboram com a iniciativa”, que atribui o Prémio para Melhor Filme (5.000 euros), outro por profissionais da área, a quem compete escolher o “Grande Prémio Longa Metragem (1.250 euros) e outro do público, que irá atribuir o Prémio Escolha do Público (500 euros).
Paralelamente, segundo Carlos Ramos, também da direção do IndieJúnior, este festival contará outra atividades, designadamente oficinas que ligam “cinema e dança” e “som e cinema”, bem como “a Hora do Conto” e um debate/filme sobre ‘bullying’.
Com “mais de dois mil alunos confirmados”, o festival tem bilhetes para sessões regulares a quatro euros, para sessões de escolas a um euro e para famílias (quatro pessoas) a 12 euros.
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