Em declarações aos jornalistas, durante uma visita ao Centro de Coordenação de Resposta de Emergência da União Europeia, em Bruxelas, Carlos Martin Ruiz de Gordejuela confirmou a oferta de ajuda à Grécia por parte de Portugal, que já hoje enviou dois aviões médios anfíbios para a Suécia, explicando que a receção desta se encontra pendente de aprovação por parte das autoridades gregas.
“Há uma série de países que responderam, entre eles Portugal, que também já contribuiu para os incêndios na Suécia. É uma grande demonstração de solidariedade. Penso que conseguimos dar um exemplo do que é a solidariedade: quando um país precisa, é ajudado, quando pode ajudar, ajuda. Neste caso, Portugal é um belíssimo exemplo”, defendeu o porta-voz comunitário.
Carlos de Gordejuela esclareceu que a gestão das ofertas de ajuda recebidas através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, acionado na segunda-feira pelo Governo grego, compete às autoridades nacionais de cada Estado-Membro.
“A situação muda constantemente e são eles os responsáveis por gerir essas ofertas de ajuda. Digamos que neste caso há mais ofertas do que pedidos, o que comprova que conseguimos dar a resposta adequada ao que a Grécia está a solicitar”, sublinhou.
O porta-voz comunitário para Ajuda Humanitária e Proteção Civil vincou que os incêndios na Grécia são “uma situação em evolução”.
“Há poucos minutos foi confirmado que a Grécia aceitou receber aviões da Itália”, referiu ainda.
Os incêndios que devastaram os arredores de Atenas provocaram a morte a, pelo menos, 74 pessoas, anunciou hoje a porta-voz dos bombeiros, Stavroula Maliri, revendo em alta o anterior balanço de 60 vítimas.
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, anunciou hoje que Portugal disponibilizou 50 elementos da Força Especial de Bombeiros (FEB) para ajudar a combater os incêndios na Grécia, no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.
Carlos de Gordejuela congratulou-se pela resposta europeia nesta campanha de verão, lamentando que nem sempre, como aconteceu no ano passado com Portugal, seja possível responder às ativações em tempo desejável, e sublinhando a importância de concluir a reforma daquele mecanismo comunitário.
Na sequência dos incêndios florestais de 2017 no sul da Europa, e em particular em Portugal, onde morreram mais de 100 pessoas, a Comissão Europeia apresentou propostas – atualmente a serem negociadas com o Conselho (Estados-membros) - para reforçar o mecanismo de proteção civil, de modo a melhorar a sua capacidade de resposta a catástrofes naturais como os fogos.
“No mês de novembro, o comissário [Christos] Stylianides apresentou essa proposta, que consiste em três pilares: reforçar a capacidade dos Estados-Membros, adquirir meios europeus, e aprofundar o trabalho de preparação e antecipação da época de fogos”, recordou.
Salientando que “a ajuda europeia continuará sempre a ser completar à responsabilidade dos Estados-membros”, o espanhol lembrou que a proposta, que definiu como “facilmente aceitável”, tem de seguir os trâmites legislativos normais até entrar em vigor.
“A Comissão Europeia fez a sua proposta, agora são os Estados-membros e o Parlamento Europeu que têm de a aprovar e implementar”, concluiu.
Notícia atualizada às 18:36
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