“O grande desafio é todos falarmos uma linguagem comum porque o objetivo é passar a mensagem certa, às pessoas certas e no momento certo para ajudar quem está no local a combater os fogos”, disse aos jornalistas Amanda Cunningham, após ter dado uma palestra na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).
Patrocinada pela FLAD, a especialista norte-americana está em Portugal ao abrigo do programa de intercâmbio de peritos promovido pela Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), criada pelo Governo na sequência dos incêndios de 2017 e que vai entrar em funcionamento em janeiro de 2019.
Questionado sobre o que é necessário fazer em Portugal, Amanda Cunningham referiu que “é fundamental que todos envolvidos no combate falem a mesma língua” e realçou a necessidade de se melhorar a troca de informação e compreensão mútua entre os vários agentes.
“Temos ainda muito trabalho a fazer até comunicarmos numa linguagem comum”, sublinhou, frisando que “quanto mais pessoas no terreno tiverem a mesma e correta informação mais fácil será o combate ao fogo”.
Segundo a especialista, a informação meteorológica tem de ser transformada e usada em algo que explique como é que os fogos se vão comportar, quando é que vai atingir determinado local, a sua intensidade e velocidade para que os operacionais no terreno de operações possam tomar as decisões mais acertadas.
Durante um mês, a especialista em meteorologia e comportamento do fogo contactou com mais de 250 pessoas em Portugal, desde operacionais, chefias, hierarquias e comandantes.
“Explicou como é que faz nos Estados Unidos com as previsões meteorológicas, como usa os produtos da informação para tomar a melhor decisão”, disse aos jornalistas o presidente da estrutura de missão para a instalação do sistema de gestão integrada de fogos rurais.
Tiago Oliveira considerou que as intervenções de Amanda Cunningham em Portugal são “uma oportunidade para mudar algumas regras do jogo, nomeadamente a forma como as instituições comunicam e que informação comunicam, que está muito marcada pela parte legal”.
Tiago Oliveira, que está a preparar a entrada em funcionamento da AGIF, disse ainda que é preciso “garantir que o técnico transmite a informação certa, no momento certo para a pessoa certa”.
Vários peritos internacionais têm estado em Portugal, desde março, a convite da AGIF, com o objetivo de fomentar o intercâmbio e partilha de experiências na área dos incêndios florestais.
A necessidade do reforço da qualificação e conhecimento foi uma das propostas da comissão técnica independente que analisou os incêndios de 2017.
Comentários