“É uma manifestação histórica, no sentido em que é a primeira vez na história de Portugal em que um grande movimento sai à rua para dizer que quer não acabar com a imigração, mas controle na imigração”, disse André Ventura, líder do Chega, poucos minutos antes do arranque da manifestação, sem responder sobre a presença de elementos de movimentos de extrema-direita, como Mário Machado.
Segundo André Ventura, que disse estar a citar números da PSP, teriam estado três mil pessoas na rua.
As duas manifestações deram origem a momentos de alguma tensão. Em comunicado, a PSP referiu que registou “dois detidos, um homem e uma mulher de, respetivamente, 25 e 28 anos, por resistência e coação a funcionário” e identificou quatro pessoas “que integravam a manifestação promovida pelo Partido Chega por infração à lei de segurança privada”.
Num palco montado no Rossio, em Lisboa, no final da manifestação em Lisboa que durou cerca de hora e meia , André Ventura pediu a todos que gritassem o que “a Europa inteira tem de ouvir a partir de Lisboa”.
“Aqui mandamos nós, aqui mandamos nós, aqui mandamos nós”, repetiu inúmeras vezes.
O líder do Chega admitiu que “uma manifestação não fará a transformação que Portugal precisa”, mas considerou que o protesto de hoje “é o tiro de partida” para "a reconquista da alma nacional, de reconquista da nossa identidade e de reconquista desta bandeira”.
A população estrangeira em Portugal aumentou cerca de 33% no ano passado, totalizando mais de um milhão de imigrantes a viver legalmente no país, segundo um documento apresentado em junho pelo Governo.
De acordo com o executivo PSD/CDS-PP, a maior parte das autorizações de residência atribuídas em Portugal são para o exercício da atividade profissional.
O documento indica ainda que as migrações contribuem para “a revitalização demográfica e o aumento da população ativa”, tendo a maior parte dos estrangeiros residentes em Portugal entre os 25 e os 44 anos.
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