“Já pedimos à SATA para fazer uma avaliação das necessidades. Temos autorizado muitos voos interilhas extraordinários, mas é preciso fazer o estudo rigoroso porque, efetivamente, já disse, há o Faial a pedir voos, há o Pico a pedir voos, há a Terceira a pedir voos”, adiantou Berta Cabral.

A governante, que falava durante a discussão do Orçamento dos Açores para 2025, na Assembleia Legislativa, na Horta, considerou que o transporte aéreo na região “merece ser estudado”.

“Estou em condições de dizer que brevemente teremos notícias sobre isso, com o aumento de voos para estas ilhas que eu acabei de falar”, acrescentou.

Antes, na intervenção inicial, Berta Cabral afirmou que o turismo dos Açores está no “seu ponto mais alto de sempre” e reiterou que o investimento público para 2025 tem “o foco prioritário na execução do Plano de Recuperação e Resiliência”.

Nos transportes terrestres, a secretária regional adiantou que o executivo vai dar “continuidade à transição para os novos contratos de prestação de serviço para o transporte coletivo de passageiros”.

“Já temos em vigor os contratos de Santa Maria, São Jorge, Pico, e Flores, concluímos Graciosa e Faial, e no início do próximo ano fecharemos também os processos mais complexos e de maior dimensão relativos a São Miguel e Terceira”, avançou.

No debate, a socialista Marlene Damião considerou que a redução dos voos da Ryanair na época baixa e a “instabilidade” no grupo SATA revelam a “incapacidade” do executivo em “assegurar a conectividade no setor aéreo” da região.

Apelando a uma maior “intervenção” face aos “baixos salários” praticados no turismo, a deputada do PS defendeu que também são precisas “respostas” do Governo Regional para diminuir o impacto” da imposição de um teto máximo no subsídio social de mobilidade por parte do Governo da República.

Após Francisco Lima (Chega) ter solicitado informações sobre a estrada entre o Raminho e a Serreta, que se encontra encerrada, Berta Cabral salientou a complexidade da obra e lembrou que a secretaria regional já está “a fazer internamente o projeto” para a intervenção.

“Não podemos pôr o empreiteiro em risco, não podemos pôr as pessoas que por lá passam em risco, se alguém subscrever isto a gente abre a estrada, mas não vou ser eu a subscrever”, sublinhou.

O social-democrata Rúben Cabral destacou que com o atual Governo Regional os “Açores deixaram de pagar a companhias aéreas para voar”, uma vez que a região “é que tem de ser apetecível para as companhias aéreas”.

António Lima (BE) acusou o executivo açoriano de “matar transporte coletivo de passageiros” por estar a “satisfazer os interesses instalados de sempre” e alertou que uma economia “altamente dependente do turismo”, além de “pobre”, está “sujeita a enormes riscos externos”.

O Orçamento dos Açores para 2025, que define as linhas estratégicas do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM para o próximo ano, atinge os 1.913 milhões de euros, dos quais cerca de 819 milhões são destinados aos investimentos previstos no Plano.

O parlamento dos Açores é composto por 57 deputados, 23 dos quais da bancada do PSD, outros 23 do PS, cinco do Chega, dois do CDS-PP, um do IL, um do PAN, um do BE e um do PPM.