“Claramente houve um desvio de votos do eleitorado tradicional do PSD para a candidatura de Rui Moreira, em parte motivada pela preocupação do voto útil, para que o PS não ganhasse as eleições e o PSD foi penalizado por esse efeito”, afirmou Álvaro Almeida sobre aquele que foi o pior resultado de sempre do partido na cidade do Porto.
O candidato independente, que liderou a coligação PSD/PPM, admitiu que o Porto Autêntico “não teve os resultados que pretendia”.
“Sabíamos que ia ser difícil, fizemos o que pudemos, trabalhámos sempre durante estes meses para vencer, não conseguimos. E, por isso, temos de aceitar, são os resultados das eleições, o povo decidiu e está bem decidido, certamente”, disse.
Álvaro Almeida garantiu ainda que a candidatura irá “cumprir os mandatos que o povo do Porto decidiu entregar”, motivados por “defender os interesses dos portuenses, defender o futuro da cidade do Porto”.
“Nos próximos quatro anos vamos trabalhar de acordo com a vontade dos portuenses para que o Porto seja um Porto com melhor qualidade de vida, um Porto para as famílias e onde todos gostamos de viver”, sublinhou.
Para o candidato, que adiantou uma vitória da candidatura na junta de freguesia de Paranhos, “em democracia tanto se serve o povo no executivo como na oposição”.
Sobre a relação com Rui Moreira, Álvaro Almeida reiterou que irá assumir as funções na oposição, “sem funções executivas”, mas garantiu que “o PSD e a lista do Porto Autêntico nunca será um obstáculo à governabilidade”.
“Dentro disso, o futuro o dirá”, sublinhou.
Questionado sobre o apoio do PSD a nível nacional, respondeu ter tido o “apoio necessário e pedido”, admitindo, porém, que “suficiente não foi”, porque os resultados não foram os pretendidos.
Álvaro Almeida aguardou desde as 18:30 pelos resultados no hotel Crowne Plaza, na Avenida da Boavista, no Porto, onde também assistiu ao jogo Sporting-FC Porto, numa ‘suite’ do 13.º andar.
Para as primeiras declarações da noite, António Tavares e Pedro Sampaio desceram, cerca das 20:30, à sala onde se encontravam os jornalistas e cerca de meia centena de apoiantes, que receberam em silêncio as primeiras projeções.
“Há uma parte do nosso eleitorado [que] infelizmente não acreditou na nossa proposta política”, disse então Tavares.
Em 2013 o PSD, em coligação com o PPM e o MPT, conseguiu 21,06% dos votos, elegendo três vereadores. Derrotado saiu então o ex-presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia e candidato ao Porto Luís Filipe Menezes que, durante a campanha, viu os históricos do partido dirigirem o seu apoio para o independente Rui Moreira, que viria a vencer.
O ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio, que conquistou resultados acima dos 40% nos seus três mandatos, foi mesmo um dos grandes críticos da escolha então feita pelo partido, tendo mesmo dito que iria “destruir tudo o que foi feito” na cidade.
Em 2013, a pesada derrota do PSD no Porto levou Menezes a renunciar ao cargo de vereador e à demissão do líder da concelhia Ricardo Almeida que culpou Rui Rio pela mais baixa percentagem de sempre do partido
Desta vez, e ainda que com o apoio manifestado por algumas elites sociais-democratas, incluindo o de Rui Rio, o candidato Álvaro Almeida, com o movimento ‘Porto Autêntico’, que reuniu PSD e PPM, terá ficado entre os 8% e os 11%, segundo projeções.
Álvaro Fernando Santos Almeida nasceu no Porto a 17 de novembro de 1964, licenciou-se em Economia pela Faculdade de Economia do Porto e doutorou-se em Economia pela SE - London School of Economics and Political Science.
Concorreram à Câmara do Porto o independente Rui Moreira, apoiado pelo CDS-PP e MPT, o socialista Manuel Pizarro, Álvaro Almeida, pela coligação PSD/PPM, Ilda Figueiredo, da CDU, João Teixeira Lopes, do BE, Bebiana Cunha, do PAN, Costa Pereira, do PTP, Sandra Martins, do PNR, e Orlando Cruz, do PPV/CDC.
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