Na zona sul do país, apenas o Algarve tem esta tecnologia, em Faro e Portimão.

Segundo a ULSAS, o sistema robótico da Vinci Xi é a mais recente evolução da cirurgia robótica minimamente invasiva, permitindo a sua execução através do controlo manual, por parte do cirurgião, de comandos existentes numa consola no bloco operatório.

Os movimentos do cirurgião são transmitidos aos instrumentos cirúrgicos de forma intuitiva, rigorosa e precisa.

Em comunicado, a ULSAS adianta que o robot foi instalado em 10 de outubro de 2024, em resultado de um investimento de 1,9 milhões de euros, financiado pela União Europeia – NextGenerationEU, e, desde então, tem estado a ser realizada a formação dos profissionais.

As primeiras cirurgias ocorreram durante esta semana, dando assim início “a uma nova era na instituição”, salienta a ULSAS na nota.

Ainda de acordo com a ULSAS, foram realizadas ao longo da semana quatro cirurgias: “duas sigmoidectomias, a dois utentes oncológicos, de 73 e 51 anos, por uma das equipas do Serviço de Cirurgia Geral, integrada no Centro de Referência do Cancro do Reto, uma prostatectomia radical e uma nefrectomia parcial, ambas em doentes oncológicos, realizadas pelo Serviço de Urologia”.

As equipas multidisciplinares da ULSAS, adianta a unidade, foram acompanhadas nestes procedimentos “por especialistas de referência, com reconhecimento e projeção internacional” - Laura Mora (nas duas sigmoidectomias), Kris Maes (prostatectomia radical) e David Subirá (nefrectomia parcial) -, “garantindo os mais elevados padrões de exigência e qualidade”.

Em declarações à agência Lusa, o diretor de serviço de urologia da ULSAS e coordenador da Comissão de Cirurgia Robótica da unidade explicou que o programa no Hospital Garcia de Orta vai incluir quatro especialidades: Urologia, Cirurgia Geral, Ginecologia e Otorrino.

"O nosso programa é ambicioso, não há muitos hospitais em Portugal que o tenham desenhado desta maneira porque começam geralmente com a urologia e com a cirurgia geral e depois, devagarinho, vão avançando para as outras especialidades", disse.

Contudo, adiantou, no Garcia de Orta a opção recaiu em alargar logo a outras especialidades, tendo sido formados 18 cirurgiões e 24 enfermeiros, num processo que abrangeu ainda a anestesia, os técnicos auxiliares de saúde, a esterilização e o serviço de instalações e equipamentos.

Questionado sobre as vantagens deste tipo de cirurgia, Miguel Carvalho explicou que o robot permite uma cirurgia de grande precisão, minimizando o trauma nos tecidos, o que leva a menor dor no pós-operatório e ainda à diminuição do tempo de internamento.

Além disso, acrescentou, no caso de cirurgias à próstata, por exemplo, o uso desta tecnologia tem menor taxa de incontinência e menor taxa de impotência.

“O robot não é melhor a tratar o cancro da próstata, mas destaca-se na minimização das consequências funcionais", frisou.

Para o presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde Almada-Seixal, Pedro Correia Azevedo, “o arranque do Programa de Cirurgia Robótica é um marco extraordinariamente importante para a ULSAS” e, sobretudo, para os utentes que o hospital serve, bem como para os profissionais.

“Graças a profissionais de excelência e a este programa, que reflete uma aposta clara na inovação, a ULSAS passa a prestar cuidados de saúde de última geração, em diversas especialidades”, destaca Pedro Correia Azevedo, citado na nota, acrescentando que a aposta na inovação torna a unidade mais competitiva e mais atrativa, fundamental para reter e cativar novos profissionais.