Os três arguidos, duas mulheres - mãe e filha - e um homem, estão acusados pelo Ministério Público (MP) de coautoria pelos crimes de sequestro e ofensas à integridade física qualificadas de uma cidadã britânica que trabalhava num bar de Albufeira, respondendo o homem também pelo crime de condução sem habilitação legal.
O caso remonta a maio de 2015, quando, de acordo com a acusação, uma das mulheres enviou uma mensagem à cidadã britânica, de 23 anos, que trabalhava num bar de Albufeira, atraindo-a uma viatura onde se encontravam a sua mãe e um homem, com o pretexto de falar com a mesma.
De acordo com a acusação, os arguidos, depois de trancarem a vítima na viatura, conduziram-na para uma zona perto da estação de Alcantarilha, onde lhe cortaram o cabelo com uma máquina, as roupas com uma faca e tesoura, agredindo-a a soco e pontapé, infligindo-lhe vários cortes no rosto, cabeça e costas.
Segundo o MP, a vítima foi depois abandonada "à sua sorte, em local ermo, isolado e desconhecido, toda nua e gravemente ferida, a esvair-se em sangue", conseguindo, no entanto, dirigir-se para uma estrada onde pediu ajuda a populares que ali passavam e que deram o alerta através do 112.
Para o MP, as arguidas agiram de forma deliberada ao praticaram “atos idóneos e adequados a colocarem em perigo a vida e a integridade física da vítima”.
A vítima, Leighanne May Rumney, não esteve presente na primeira sessão do julgamento, onde as duas arguidas, Eliana Carvalho e Rute Almeida, recusaram prestar declarações, ao contrário de Tiago Soutenho, alegado condutor da viatura onde a vítima foi sequestrada, que negou ao coletivo de juízes “ter estado no local no dia em que ocorreram os factos, bem como de ter participado nos crimes”.
Tiago Soutenho disse ainda conhecer as mulheres “apenas por ter residido” perto das mesmas em Porches, no concelho de Silves.
Na sessão do julgamento foram ouvidos vários inspetores da Polícia Judiciária que garantiram ao tribunal que os três arguidos foram identificados pela vítima, pouco tempo depois do crime, através de reconhecimento fotográfico, tendo sido ainda encontrado na casa da arguida Eliana Carvalho, durante as buscas, um documento onde constava o nome da vítima e números de telefone.
O julgamento prossegue no dia 15 de março, pelas 09:15.
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