“Neste momento, [a população] está bem, não há nenhuma situação que, de facto, exija uma medida extraordinária. Se houver essa necessidade, já temos articulado com o Serviço Regional de Proteção Civil o uso de um helicóptero para o efeito e o lugar onde poderia ser feita essa operação, mas não é o caso”, disse Décio Pereira.
Em declarações à agência Lusa, o autarca explicou que mal haja uma melhoria significativa das condições meteorológicas será feita uma avaliação "mais de perto" da situação, mas que, de acordo com as informações que chegam do local, as pessoas "estão bem".
O acesso à Fajã de São João, no concelho da Calheta, está hoje obstruído devido a uma derrocada, que ocorreu pelas 07:30 locais (08:30 em Lisboa), “não havendo vítimas a registar” entre os 32 habitantes que ficaram isolados.
O presidente da câmara da Calheta revelou ter existido “mais uma pequena derrocada no acesso à Fajã dos Vimes”, na freguesia da Ribeira Seca, mas de “menor monta”, esperando que nas próximas horas já esteja a “situação regularizada”.
Devido ao estado do tempo, e apesar da “pequena melhoria”, Décio Pereira esclareceu que também está a ser garantida "a segurança dos meios humanos e dos meios materiais”.
De acordo com o presidente da câmara, e tendo em conta as previsões meteorológicas, são esperados períodos de chuva forte da parte da tarde e final do dia, um cenário igual ao registado nos últimos dias.
“Nos últimos dias, temos estado sempre com essas ocorrências. Há muita chuva e algum vento, mas tudo dentro da normalidade na orografia da ilha de São Jorge”, explicou.
Numa nota, o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) anunciou que a derrocada foi registada pelas 07:30 e que, pelas 12:00, era aguardado um ponto de situação relativamente à extensão e dimensão dos danos, assim como a previsão para se proceder aos trabalhos de desobstrução da estrada para permitir o livre acesso à fajã.
Segundo a nota, encontram-se isolados 32 habitantes da Fajã de São João, mas, de acordo com o coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil de Calheta, que está no terreno, “existem boas comunicações, quer via rede móvel, quer via rádio”.
No local encontram-se elementos dos Bombeiros da Calheta, da Direção Regional de Obras Públicas e Transportes Terrestres e do Serviço Municipal de Proteção Civil da Calheta, estando a ser preparado um drone da Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas para dar apoio.
Por questões de segurança, o SRPCBA solicita à população que não se dirija à zona afetada.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) alertou no domingo para a possibilidade de valores acumulados de precipitação entre 20 a 40 litros por metro quadrado numa hora "em algumas zonas dos grupos Central e Oriental" dos Açores.
Num comunicado, a delegação dos Açores do IPMA explicou que "a depressão com um sistema frontal associado, que tem afetado o estado do tempo nas últimas horas em todas as ilhas do arquipélago está a intensificar-se".
O IPMA elevou, ao início da tarde de domingo, para laranja o aviso de chuva, por vezes forte, nos grupos Central (Terceira, São Jorge, Pico, Graciosa e Faial) dos Açores até às 15:00 de hoje.
O IPMA já tinha colocado as nove ilhas dos Açores sob aviso amarelo por causa das previsões de precipitação, por vezes forte, podendo ser acompanhada de trovoada.
O aviso laranja é o terceiro numa escala de quatro de avisos meteorológicos e representa uma situação meteorológica de risco moderado a elevado.
Comentários