“Entreguei uma mensagem do Presidente Zelensky ao Presidente Putin”, declarou após um encontro com o seu homólogo russo em Moscovo. “Manifestei o meu desejo de garantir uma comunicação entre os dois presidentes”, precisou Widodo.
“A Indonésia apenas está interessada (…) em que a guerra termine o mais depressa possível”, sublinhou, apelando a “todos os dirigentes mundiais a fazerem renascer o espírito de cooperação”.
“Mesmo que a situação ainda permaneça complicada, é necessário avançar para uma solução e iniciar um diálogo”, declarou ainda Widodo, que foi recebido no Kremlin um dia após a sua deslocação à Ucrânia.
Por sua vez, Putin agradeceu a Joko Widodo pelas “conversações produtivas” e disse estar “convencido” que os acordos hoje obtidos durante as conversações vão contribuir para “reforçar a parceria russo-indonésia”.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, tendo a ofensiva sido condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
A participação de Putin na próxima cimeira do G20, a realizar na ilha indonésia de Bali, tem sido objeto de controvérsia.
Na quarta-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, avisou Widodo, em Kiev, que a sua participação na cimeira do G20 em novembro dependerá da “situação de segurança na Ucrânia e da composição” da reunião.
Ao contrário da Rússia, a Ucrânia não é membro do G20, mas Widodo, cujo país preside ao grupo, deslocou-se a Kiev para convidar Zelensky a participar na cimeira.
“Certamente, aceito o convite. A participação da Ucrânia dependerá da situação de segurança no país e da composição” da cimeira, disse Zelensky a Widodo perante os jornalistas.
A Indonésia, que tem mantido uma posição neutra sobre a guerra na Ucrânia, endereçou o convite a Putin antes da invasão de 24 de fevereiro, e resistiu à pressão de vários países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, para retirar o convite.
Essa pressão levou ao convite de Widodo a Zelensky para a cimeira que decorrerá em Bali em 15 e 16 de novembro.
Na terça-feira, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, disse que Widodo descartou a presença física de Putin, sugerindo que o líder russo poderia participar por videoconferência, mas a informação foi negada por um conselheiro presidencial russo.
“Não é o senhor Draghi que decide sobre este assunto”, disse Yuri Ushakov, citado pela agência russa Interfax.
“Recebemos o convite e demos uma resposta positiva”, acrescentou Ushakov.
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