Fontes próximas da investigação disseram à agência de notícias espanhola Efe que quatro agentes à paisana entraram pelas 10:30 (09:30 em Lisboa) na sede do centro (CTTI), em Barcelona, para determinar se foi bloqueado o acesso a 29 aplicações informáticas que gerem bases de dados que seriam usadas no referendo de domingo, sobre a independência da Catalunha, pelo que a juíza obrigou a que fossem suspensas.
Os responsáveis pela entidade foram notificados na sexta-feira à noite.
Logo de manhã, um grupo de técnicos do CTTI deslocou-se também à sede para analisar os riscos de o bloqueio das aplicações determinado pela juíza poder afetar outros sistemas informáticos geridos pela instituição, dependente do Departamento da Presidência, explicou uma porta-voz do organismo.
O Supremo Tribunal de Justiça da Catalunha ordenou na sexta-feira ao governo regional que suspenda os serviços informáticos que ativou no âmbito de um plano para facilitar o voto eletrónico no dia do referendo, que iria materializar-se com uma aplicação denominada “evot”.
Num auto, a magistrada Mercedes Armas, que dirige a investigação ao governo catalão por causa do referendo, requereu ao Centro de Segurança e de Informação da Catalunha (CESICAT) que adotasse as medidas necessárias para a “deteção de pontos de votação eletrónica nos diferentes colégios eleitorais definidos pela organização do referendo”.
A magistrada tomou esta decisão após receber um documento da Guarda Civil que, no âmbito da investigação secreta aberta pelo julgado de instrução número 13 de Barcelona, detetou que o governo regional tinha “estabelecido um plano através do qual uma aplicação conhecida por ‘evot’ poderia contabilizar os votos nos colégios eleitorais e ser usada para exercer o voto eletrónico”.
Este plano foi apreendido, detalha a juíza, ao chefe de riscos da CESICAT, responsável pelo desenvolvimento informático da aplicação ‘evot’.
O plano também incluía um sistema para recontagem ou escrutínio dos votos da consulta, suspensa pelo Tribunal Constitucional.
O CTTI é uma empresa pública do governo regional que integra todos os serviços informáticos e de telecomunicações da administração catalã, enquanto o CESICAT é o organismo que garante a proteção em matéria de segurança informática do governo regional.
O Governo da Comunidade Autónoma da Catalunha convocou para domingo um referendo sobre a autonomia da região, que o Estado espanhol considera ser ilegal.
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