À saída da reunião de Comissão Permanente de Concertação Social de preparação para o Conselho Europeu que arranca na quinta-feira em Bruxelas, o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, destacou a “maior aposta na Economia e menos no Orçamento”, com a passagem de Siza Vieira a “número dois”.
Pedro Siza Vieira será um dos quatro ministros de Estado, juntamente com Augusto Santos Silva, Mariana Vieira da Silva e Mário Centeno, mantendo responsabilidades na Economia e assumindo a área da Transição Digital.
O presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, considerou que "é um sinal positivo que o Governo reforce o peso da Economia e o papel do ministro da Economia [no novo Governo]".
O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, manifestou confiança no nome escolhido para nova ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, mas reconheceu que não terá uma tarefa fácil num contexto de “plena negociação da reforma agrícola comum”.
O presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros, por sua vez, disse que "mais do que rostos" é preciso olhar para as políticas, mas manifestou confiança no trabalho do ministro Siza Vieira na próxima legislatura e também da nova ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, anterior secretária de Estado do Turismo.
António Saraiva destacou a melhoria das previsões macroeconómicas apresentadas no Projeto de Plano Orçamental para 2020, que o executivo enviou na terça-feira à Comissão Europeia e onde no qual manteve a previsão de crescimento económico de 1,9% para este ano e melhorou em uma décima a projeção para o próximo ano, para 2%.
“Temos que ser ambiciosos e colocar sempre mais ambição no cumprimento dos objetivos”, disse Saraiva aos jornalistas no final da reunião de Concertação Social, destacando o caminho de recuperação e correção das contas públicas.
“Se contas públicas não apresentarem credibilidade depois as agências de notação penalizam-nos. Efetivamente, as contas públicas caminham no sentido da correção dos desequilíbrios”, disse ainda o responsável da CIP, sublinhando que o país não se pode contentar em estar na média europeia.
Para a secretária-geral adjunta da UGT, Ana Paula Bernardo, as revisões em alta apresentadas pelo Governo “são obviamente acolhidas positivamente” pela estrutura, que espera agora uma melhoria do rendimento dos trabalhadores, incluindo do salário mínimo que espera em breve poder negociar com o Governo.
Na mesma linha, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, destacou que o objetivo de alcançar o défice zero deverá apresentar-se como uma oportunidade para dar prioridade à melhoria dos rendimentos dos trabalhadores.
Para o sindicalista, a economia cresceu e “não foi só por causa das exportações", mas "porque houve um significativo aumento da procura interna”.
“Uma ligeira melhoria originou mais emprego, mais empresas e melhor economia está aqui a solução”, disse.
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