Em declarações aos jornalistas no âmbito da visita estatutária à ilha do Pico, após uma reunião com o presidente e vereadores da Câmara da Madalena, o chefe do executivo (PSD/CDS-PP/PPM) disse não existirem prazos para a empreitada, explicando estarem previstas nas propostas de Plano e Orçamento regionais para 2022 “as medidas necessárias para o objetivo”, nomeadamente expropriações.
José Manuel Bolieiro destacou a “assunção clara de compromissos” para o desenvolvimento do concelho da Madalena, referindo-se ainda à construção da variante, à melhoria de acessibilidades marítimas do porto, ao abastecimento de água e aos caminhos agrícolas.
“Estamos a trabalhar na perspetiva de desonerar eventuais custos”, frisou.
O presidente do Governo Regional avisou que “não se pode passar pelo amanhã sem passar pelo hoje”.
“Hoje estamos a tratar das medidas necessárias para um objetivo. Não vale a pena criar expetativas de prazos quando não temos ainda possibilidade de estimar prazos e coisas concretas”, alertou Bolieiro, quando questionado pelos jornalistas sobre previsões para a conclusão da ampliação da pista do aeroporto local.
De acordo com o chefe de Governo, tal “como consta da proposta de Plano e Orçamento para 2022”, o executivo está a trabalhar na “ampliação da pista de acordo com o que importa assegurar: a formação de um projeto, a futura expropriação de terrenos e a garantia de que é acautelada a necessária servidão aeronáutica, para que não haja novas construções”.
“Estamos a trabalhar. Há coisas que temos de fazer com a prudência de acautelar riscos, como haver precipitadamente construção, tornando depois mais onerosa a obra de ampliação da pista”, observou.
De acordo com o presidente da Câmara da Madalena, estão “já a decorrer expropriações por parte secretaria regional dos Transportes”, o que é “motivo de grande satisfação”.
Para o município, “é importante esta clarificação porque existe interesse em construção naquele local e é preciso ter definidas as zonas de proteção”, observou.
“É uma expetativa, sabemos que as coisas não são feitas de um dia para o outro, serão num futuro próximo”, disse.
O Governo comprometeu-se, ainda, com a “obra da variante na vila da Madalena”, uma “vila pujante no seu desenvolvimento económico e de mobilidade”, uma “grande ambição do município”.
O presidente da Câmara da Madalena, José António Soares (PSD), disse aos jornalistas que a variante está com o projeto “em fase de avanço”, prevendo-se expropriações em 2022 e o início da obra em 2023.
Já para 2022, o Governo garante a “construção de um reservatório de água na Criação Velha”, uma “necessidade muito sentida” para “dar satisfação à necessidade e evitar falha de abastecimento de água”.
Também quanto ao Porto Comercial, Bolieiro manifestou a intenção de o Governo “trabalhar para garantir a melhoria da acessibilidade marítima à ilha”.
O governante deixou ainda “bem clara a preocupação de reforço na intervenção dos caminhos agrícolas”.
“Vamos ter aqui o IROA [Instituto Regional de Ordenamento Agrário], com uma representação de acompanhamento e planeamento dos serviços florestais para podermos planear, na ilha e na Madalena, uma intervenção mais cuidada. Para que não seja um trabalho apenas de remendo, mas também de asfaltagem de alguns caminhos muito danificados e que põem em risco a boa acessibilidade às explorações agropecuárias”, clarificou.
Também no concelho da Madalena, um dos três da ilha do Pico, realiza-se hoje o terceiro Fórum Autonómico, com Luís Andrade, professor de Ciência Política da Universidade dos Açores, como convidado deste espaço de reflexão sobre a autonomia dos Açores.
Segundo o Estatuto Político-Administrativo dos Açores, o Governo Regional tem de visitar cada uma das ilhas do arquipélago sem departamentos governamentais (seis das nove) pelo menos uma vez por ano, com a obrigação de reunir o Conselho do Governo na ilha visitada.
O atual executivo açoriano do PSD/CDS/PPM, eleito em outubro de 2020, esteve impedido de as realizar devido à pandemia de covid-19.
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