Cerca de 20.000 pessoas concentraram-se na segunda-feira à noite no centro de Tbilissi, capital do país, para exigir a demissão do Governo e eleições legislativas antecipadas.
Enfrentando uma temperatura de inverno, centenas de manifestantes permaneceram no local durante a noite, bloqueando as entradas do parlamento, onde uma sessão plenária seria realizada hoje.
De manhã, a polícia de intervenção usou canhões de água para dispersar a multidão, indicou o canal de televisão georgiano pró-oposição Mtavari TV.
Segundo um comunicado do Ministério do Interior, um total de 28 manifestantes foram detidos e outros ficaram feridos durante esta operação policial.
Os líderes da oposição denunciaram o uso da força e defenderam “protestos permanentes” até que as suas demandas sejam atendidas.
Os protestos abalam a Geórgia desde a rejeição em 14 de novembro, pelos deputados do partido no poder, Sonho Georgiano, de um projeto de lei que prevê a eliminação do sistema de votação misto e a introdução de representação proporcional nas eleições legislativas de outubro de 2020.
Nessa ocasião, os partidos da oposição mostraram uma união invulgar contra o partido Sonho Georgiano, liderado pelo ex-primeiro-ministro Bidzina Ivanishvili, que acusaram de ter falhado o projeto de lei.
A oposição acredita que o atual sistema eleitoral favorece o partido no poder, que tem 77% dos lugares no parlamento, depois de obter 48,7% dos votos nas eleições de 2016.
“O regime de Ivanichvili tem pés de barro e é composto de violência policial”, disse à Tina Bokoutchava, uma das responsáveis do principal partido da oposição, o Movimento Nacional Unido do ex-Presidente Mikheil Saakashvili, à agência de notícias France-Presse.
“O movimento está a ganhar força e alcançará o seu objetivo – forçaremos Ivanichvili a introduzir um sistema eleitoral honesto”, salientou Bokoutchava acrescentando que uma nova manifestação acontecerá hoje à noite.
No passado dia 17, mais de 20.000 manifestantes reuniram-se em Tbilisi, depois de ter sido rejeitada pela maioria parlamentar uma reforma do sistema eleitoral, a qual tinha sido prometida para pôr fim a anteriores protestos.
Impulsionado pelo homem mais rico da Geórgia, o partido “Sonho Georgiano” está no poder desde 2012, mas sua popularidade caiu acentuadamente nos últimos meses, num quadro de estagnação económica.
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