![Genebra aprova ajuda de emergência para várias ONG em crise após cortes dos EUA](/assets/img/blank.png)
A ajuda, apresentada pelo governo na quarta-feira e aprovada hoje, apesar da oposição de conservadores e liberais, terá uma duração de três meses e visa manter parte dos salários dos trabalhadores afetados pelas decisões de Washington, ordenada pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) de Elon Musk.
Cerca de 470 ONG operam em Genebra, tendo em conta a presença na cidade de importantes instituições humanitárias e de ajuda da ONU, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), que também são afetadas pelos cortes.
De acordo com a agência noticiosa suíça ATS, que cita comunicações internas dos diretores destas agências aos seus empregados, a OIM poderá despedir cerca de 3.000 trabalhadores, especialmente nos trabalhos de recolocação de migrantes, e o ACNUR receia perder cerca de 600 empregados em funções diretamente relacionadas com a ajuda americana.
A OMS, da qual os Estados Unidos anunciaram a sua saída no mesmo dia em que Donald Trump se tornou presidente, a 20 de janeiro, também informou os seus funcionários de medidas de redução de custos, como o congelamento de novas contratações, embora ainda não tenha falado diretamente de despedimentos.
Cerca de 35.000 pessoas trabalham em organizações internacionais e ONG em Genebra e, em média, um quarto dos seus orçamentos provém da ajuda dos EUA, frequentemente o maior doador.
A agência norte-americana USAID gere um orçamento de 42,8 mil milhões de dólares, que, por si só, representa 42% da ajuda humanitária desembolsada em todo o mundo.
Donald Trump assinou uma ordem executiva no dia da tomada de posse, a 20 de janeiro, congelando a ajuda externa dos EUA durante 90 dias.
O congelamento da ajuda norte-americana e o desmantelamento previsto da agência que a organiza, a USAID, afetaram muitos organismos em todo o mundo, dada a importância dos fundos norte-americanos para a ajuda internacional à escala global.
Também a ONG francesa Action contre la Faim (ACF) anunciou na quarta-feira que teve de suspender 50 dos projetos em todo o mundo, enquanto a organização norueguesa Norsk Folkehjelp, especializada em operações de desminagem (minas militares terrestres), vai reduzir a força de trabalho em mais de metade e despedir 1.700 funcionários em doze países.
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