Os dois projetos, desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Engenharia Biomédica, no Porto, foram selecionados ao abrigo do programa CaixaImpulse, anunciou hoje a fundação em comunicado.
Cada projeto vai receber até 100 mil euros, verba destinada à "execução dos planos de valorização e comercialização".
Um dos projetos é o "HECOLCAP", uma "solução eficiente" para tratar infeções ósseas crónicas que facilita, através de uma só cirurgia, a "libertação local do antibiótico em concentrações adequadas, de uma forma que é capaz de destruir as bactérias em três semanas e erradicar a infeção", refere o comunicado da fundação.
O material usado no dispositivo "simula a estrutura do osso" e "promove a regeneração óssea no local da lesão", acrescenta a nota, sem especificar o material.
A Fundação La Caixa assinala que as infeções ósseas crónicas "afetam cerca de quatro milhões de pessoas por ano em todo o mundo e estão associadas à úlcera do pé diabético, implantação de próteses e fraturas expostas".
A atual terapêutica baseia-se em pelo menos duas cirurgias, tratamento com antibióticos e internamento no hospital "durante grandes períodos", havendo o risco elevado de "infeção descontrolada" que pode levar a amputações ou a uma septicemia (infeção generalizada no corpo).
O segundo projeto de investigação português selecionado, o "AntiBioCoat", é descrito como "um revestimento repelente muito eficiente contra um amplo espetro de bactérias, especificamente desenhado para reduzir as infeções" relacionadas com o uso de cateter (tubo ou sonda para drenar ou injetar líquidos no organismo).
O revestimento baseia-se num "polímero natural derivado de uma microalga" e, segundo os seus criadores, é uma alternativa ao uso de antibióticos convencionais, aos quais as bactérias têm ganhado resistência.
Lançado em 2015, o programa CaixaImpulse visa facilitar a entrada de projetos científicos no mercado.
Comentários