Em declarações à Lusa, o responsável pela Proteção Civil Municipal, Rogério Fernandes, disse que as chamas, que lavram em zona de mato e pinhal nas freguesias de Pedrogão Pequeno, Troviscal e Ermida e Figueiredo, apresentavam uma "extensão muito grande para combater" e continuavam "por dominar" cerca das 18:00, em locais com muita dificuldade de acesso às redes de comunicações.
"Pedrógão Pequeno e Marinha de Vale Carvalho", na freguesia de Troviscal, foram os locais identificados como sendo aqueles onde as chamas estão "mais difíceis de combater", tendo referido ter "poucos meios para tantas frentes de fogo", relativamente a um incêndio que já provocou um morto e um ferido grave em Vale do Laço, na freguesia de Troviscal, onde hoje ardeu um carro de bombeiros, não tendo resultado feridos dessa ocorrência.
"Não há bombeiros que segurem todas estas frentes de floresta queimada e que façam a consolidação e rescaldos necessários, pelo que o objetivo prioritário é salvar as pessoas e defender os seus bens", destacou à Lusa, por sua vez, o presidente da Junta de Freguesia de Pedrogão Pequeno, Manuel Dias.
Segundo o autarca, "os meios no terreno são os possíveis, as chamas andam no mato e em pinhal, pela Serra do Viseu, e as coisas estão mais calmas para as pessoas", tendo referido que "uma viatura foi atingida pelas chamas em Troviscal, não causando feridos", e que foram transferidos alguns idosos das suas habitações em Casal Novo, "por precaução".
O presidente da Junta de Freguesia de Troviscal, Manuel Figueiredo, lamentou esta manhã, em declarações à Lusa, a morte de um habitante em Vale do Laço, um homem de cerca de 70 anos que "não quis sair de casa e acabou por lá ficar", apanhado pelas chamas.
"A minha freguesia está praticamente reduzida a cinzas", afirmou.
Segundo a página da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), o fogo que deflagrou pelas 12:00 de domingo na localidade de Ponte das Portelinhas, na freguesia de Ermida e Figueiredo, concelho da Sertã, continuava a ser o que gerava mais preocupação no concelho, mantendo cerca das 18:20 duas frentes ativas que estavam a ser combatidas por 214 operacionais apoiados por 66 viaturas.
Na mesma página, pode ler-se que em curso está ainda um incêndio no lugar de Nespereiro, em Pedrogão Pequeno, que deflagrou às 18:41 de domingo, e que estava a ser combatido cerca das 18:20 de segunda-feira por 65 operacionais apoiados por 20 viaturas.
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 35 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.
Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.
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