“Relativamente às previsões do FMI [Fundo Monetário Internacional] elas não são muito distintas das que o Governo e o Conselho das Finanças Públicas apresentam”, disse Fernando Medina aos jornalistas no final de uma conferência na Faculdade de Direito de Lisboa sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) entregue na segunda-feira no parlamento.
Segundo o ministro, “há uma diferença: é no método das previsões do FMI, que trabalha num cenário que não considera as políticas que estão inscritas no Orçamento do Estado”.
Fernando Medina referiu que as projeções do FMI não consideram os apoios aos rendimentos das famílias nem as medidas fiscais que totalizam quase 2.000 milhões de euros, deixando ainda de fora as medidas para os pensionistas e os apoios às famílias vulneráveis, de cerca de 1.500 milhões de euros, entre outros exemplos.
“Aquelas previsões são feitas – já foram feitas há bastante tempo – num cenário como se não houvesse políticas no orçamento e, por isso, quando se compensa desse efeito, as projeções não andam muito longe”, sublinhou o ministro.
“Aliás, uma das questões levantadas tinha sido as projeções do Governo face à inflação e a projeção do FMI aproxima-se bastante da que o Governo faz”, rematou o governante.
No documento entregue esta segunda-feira no parlamento, o executivo português diz prever que o crescimento desacelere para 1,3% no próximo ano, mas o FMI está mais pessimista e vê a economia portuguesa a crescer 0,7%, abaixo dos 1,9% previstos em junho.
A instituição de Bretton Woods prevê uma taxa de inflação para Portugal de 4,7% em 2023, o que compara com os 4% previstos pelo executivo português.
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