A propósito do caso de agressão física a um médico de família na Chamusca que se recusou a passar uma baixa, a FNAM manifesta “o seu apoio e solidariedade com o colega agredido”.
“Infelizmente, não é um caso isolado. No mesmo concelho, na Extensão de Saúde do Chouto, uma médica de família foi insultada por alguns utentes, tendo, consequentemente, recusado trabalhar naquela unidade de saúde durante algumas semanas”, refere o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, integrado na FNAM.
Para a FNAM, “o crescente aumento da violência contra médicos no exercício de funções não é alheio à forma como o anterior e o atual Governo e os respetivos ministérios da Saúde têm vindo a desprestigiar a profissão”.
“Os médicos exigem avaliação das condições de trabalho e a sua melhoria, garantindo a segurança dos médicos no exercício das suas funções e investindo na prevenção. Exigimos como medidas imediatas o reconhecimento à profissão médica do estatuto de risco e penosidade acrescida”, afirma uma nota hoje divulgada.
Um médico de família do centro de saúde da Chamusca foi agredido por recusar passar uma baixa a uma utente, situação que está a indignar a Ordem dos Médicos, que vai avançar para o tribunal.
O médico, recém-especialista, contou à agência Lusa que foi agredido fisicamente pelo companheiro de uma utente que lhe tinha solicitado uma renovação de baixa médica, após ter recusado passá-la.
O clínico, que pediu para não ser identificado pelo nome, tentou procurar junto da utente dados clínicos para a baixa e percebeu que não havia motivos para a passar.
"A utente mostrou-se desagradada e saiu do consultório. Quando eu estava ainda a escrever os dados no processo, entrou no gabinete o companheiro que me agrediu a murro na face esquerda e continuou depois a bater-me até que um grupo de pessoas entrou no consultório e nos separou", contou à Lusa.
O episódio aconteceu esta semana numa extensão do centro de saúde da Chamusca, que não tem nenhum segurança.
O médico acabou por chamar a GNR, que tomou conta da ocorrência e o escoltou depois à saída.
Segundo o profissional, o ministro da Saúde soube da situação e já lhe telefonou.
A Ordem dos Médicos teve também conhecimento do caso através de um grupo numa rede social.
O bastonário considera este caso uma "indignidade terrível" e promete apoiar juridicamente este médico.
"Espero que o ministro da Saúde se empenhe neste caso e que o tome como exemplo para o futuro. Se o Ministério não o fizer, vamos avançar com o caso para tribunal", disse Miguel Guimarães à agência Lusa.
Para o bastonário, a situação é grave, mas não única, sendo que este médico teve coragem de a denunciar.
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