"Temos tido redução de pessoal por razões que nos ultrapassam completamente, pessoas que ficam doentes, ou por aposentação, inclusivamente por decisões próprias de mudar para outro serviço, são coisas que não podemos controlar. Neste momento temos praticamente 50% de pessoal em falta por vários motivos", afirmou Diamantino Henriques à Lusa.
O delegado regional admitiu que o quadro de observadores meteorológicos naquela ilha do grupo oriental foi reduzido de sete para três pessoas.
Segundo o responsável máximo pelo IPMA nos Açores, foi feito um esforço através "de missões de serviço do pessoal da ilha de São Miguel" para suprir as necessidades de Santa Maria, mas, devido ao elevado número de ausências, "não é possível cobrir" o horário de 24 horas estando o centro aberto atualmente entre as 06:00 da manhã dos Açores (07:00 em Lisboa) e as 18.00 horas.
Diamantino Henriques adiantou que, em caso de emergência durante a noite, "é chamada" a pessoa que está de "prevenção" ao serviço admitindo que "não é a mesma coisa do que ter uma pessoa de prevenção no local".
"Existe uma notificação que os pilotos têm conhecimento: Que este centro nesse período (entre as 18.00 horas e as 06.00 da manhã dos Açores) deverá estar encerrado e que não presta essa informação (previsões meteorológicas para aeronáutica)", disse.
O delegado regional dos açores do IPMA explica que a falta de pessoal existe noutros aeroportos além do de Santa Maria, como é o caso "da Horta, no Faial e São Jorge" que funcionam com "horário limitado" por não terem "dotação completa de pessoal".
"O problema é que, se não recrutarmos pessoas das ilhas, é complicado mantê-las (nos Açores) e, por outro lado, nas ilhas é difícil encontrar as pessoas com o perfil ou com as qualificações académicas adequadas para a função", disse.
Nos Açores existem cerca de trinta observadores meteorológicos espalhados pelos oito aeroportos de aviação civil dos Açores, à exceção do aeroporto (militar) das Lajes, na ilha Terceira, que não têm observadores "afetos aos quadros do IPMA".
Segundo a estimativa do responsável máximo pelo IPMA nos Açores, seriam precisos, "pelos menos, mais dez observadores" para responder às necessidades imediatas lembrando que está a decorrer "um processo concursal para colmatar a falta de pessoal” nos aeroportos de Santa Maria, Faial e São Jorge.
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