“Isto tem que ver com a estabilidade e previsibilidade da guerra, porque este conflito tem consequências profundas para todo o mundo. Mas para nós, europeus, é uma ameaça existencial”, dramatizou o alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros, em declarações aos jornalistas assim que chegou à capital ucraniana para uma visita surpresa, acompanhado pelos ministros dos 27 estados-membros.

O chefe da diplomacia europeia admitiu que o conflito no território ucraniano “não esteja a ser visto como tal por todas as pessoas”: “Mas para nós europeus — e permitam-me que o repita — é uma ameaça existencial.”

“Por isso é que é necessário continuar a apoiar-vos e a discutir com os nossos parceiros norte-americanos para que eles o continuem a fazer também. Acredito que [os Estados Unidos] reconsiderarão a decisão e juntos vamos continuar ao vosso lado”, declarou, dirigindo-se ao ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba.

Kuleba desdramatizou a questão por agora, referindo que o apoio norte-americano “não acabou”. Contudo, o diplomata considerou que é preciso perceber se a paralisação feita pelo Congresso é “um incidente ou sistémica”.

“Acredito que tenha sido um incidente. Tivemos conversas profundas com as duas partes e vamos trabalhar para que não volte a acontecer, independentemente da circunstância”, completou.