O ataque, ocorrido em 08 de agosto, foi reivindicado através de um comunicado divulgado pela agência Amaq, do grupo fundamentalista Estado Islâmico, referindo que outros sete soldados das FDS ficaram feridos, e que incluía uma fotografia de vítimas e material apreendido, cuja autenticidade não foi possível atestar.
As autoridades moçambicanas não confirmaram até agora a ocorrência deste incidente.
Tratou-se, aparentemente, de uma tentativa de recuperar aquela base, capturada aos terroristas pelas FDS desde o ano passado.
O Presidente da República moçambicana, Filipe Nyusi, afirmou na quinta-feira passada que as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique expulsaram os terroristas de todos os distritos que ocupavam na província de Cabo Delgado, norte do país.
“As nossas Forças de Defesa e Segurança, também assistidas pela força local, continuam a perseguir sem tréguas os terroristas, tendo-os desalojado de todos os distritos que até 2021 ocupavam”, afirmou Filipe Nyusi, em Maputo, numa receção ao homólogo queniano, William Ruto, em visita de Estado ao país.
A província de Cabo Delgado enfrenta há quase seis anos a insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência armada levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novos ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.
“Prosseguem os esforços de luta contra os terroristas que atacam alguns distritos da província de Cabo Delgado, conjugando a cooperação multilateral e a bilateral, da SADC, através da SAMIM [Missão Militar da África Austral], e do Ruanda, respetivamente”, detalhou o Presidente moçambicano, ao descrever a situação a William Ruto.
Os governos de Moçambique e do Quénia assinaram na quinta-feira, em Maputo, no âmbito desta visita de Estado, quatro memorandos de entendimento e quatro acordos, um dos quais no domínio da defesa.
“Porque os desafios de combate ao terrorismo são comuns e exigem esforços concertados, mesmo antes de um acordo formal no domínio de defesa e segurança, já temos vindo a trabalhar com o seu país, acolhendo a experiência queniana, que tem enfrentado este flagelo com sucesso ao longo dos anos”, destacou ainda Filipe Nyusi, na mesma intervenção, dirigindo-se ao homólogo do Quénia.
O conflito no norte de Moçambique já fez um milhão de deslocados, de acordo com Alto Comissariado das Nações Unidas para pós Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED. Os dois países têm sofrido ataques associados aos grupo extremistas Al-Shabaab e ao Estado Islâmico.
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