Tanques, helicópteros e artilharia foram mobilizados para estes exercícios anuais no centro da ilha.
“O exército tomou medidas para gerir a situação no estreito de Taiwan e no mar da China do Sul”, declarou o porta-voz do Ministério da Defesa, Chen Chung-chi. “A população pode ficar descansada”.
Estas manobras simulam uma situação em que navios chineses ultrapassam a linha mediana do estreito que separa a ilha da China continental.
Taiwan é politicamente independente do resto da China desde o fim da guerra civil de 1949. O território governa-se sozinho, mas não é reconhecido pela ONU.
Pequim não aceita que um país, com o qual mantenha relações diplomáticas, reconheça oficialmente Taiwan, para reforçar o princípio de “uma só China”.
Estas manobras militares acontecem uma semana depois da passagem pelo estreito de um porta-aviões chinês, interpretada como uma demonstração de força de Pequim, num contexto de tensões diplomáticas e pouco depois da deslocação aos Estados Unidos da Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, do Partido Democrático Progressista, independentista e contrário a Pequim.
Numa entrevista ao diário Wall Street Journal, na passada semana, o Presidente eleito norte-americano, Donald Trump, indicou estar pronto a questionar a unidade da China, defendida por Pequim. “Está tudo sobre a mesa, incluindo a China única”.
Em meados de dezembro, Trump tinha já ameaçado não reconhecer aquele princípio, até aqui respeitado pelos Estados Unidos desde 1979, quando Washington cortou as relações oficiais com Taipé.
No início de dezembro, Donald Trump ignorou quatro décadas de política norte-americana e falou ao telefone com Tsai, apesar de a China proibir qualquer contacto oficial entre os seus parceiros estrangeiros e os dirigentes de Taiwan.
A China nunca renunciou à possibilidade de recorrer à força para restabelecer a sua soberania na ilha.
Comentários