Durante hora e meia, Pedro Marques visitou a linha de produção da fábrica da Póvoa de Santa Iria acompanhado pela ex-autarca de Vila Franca de Xira Maria da Luz Rosinha e pela "número quatro" da sua lista, Margarida Marques.
No final, os três elementos da comitiva do PS tiveram a oportunidade de discursar "cara a cara" e "sem ruído" perante cerca de três dezenas de trabalhadores.
A Dane Cake tem cerca de 500 trabalhadores (280 dos quais na unidade de Coimbra) e exporta 80% da sua produção (tortas, bolos e bolachas), sobretudo para os mercados dos Estados Unidos e da Europa, com destaque para França e Alemanha.
"Em relação a Espanha, temos desvantagens no que respeita ao IVA e aos combustíveis. Conseguimos concorrer só por causa da qualidade dos nossos produtos, que têm uma receita de sucesso há 40 anos", começou logo por dizer o presidente da empresa, Kantilal Lamnadas, de origem indiana e proveniente de Moçambique.
Em outubro do ano passado, a Dan Cake da Póvoa de Santa Iria foi visitada pelo Presidente da República - e alguns dos trabalhadores desta unidade de produção não esconderam as suas saudades desse dia com Marcelo Rebelo de Sousa.
"Gostámos tanto, foi tudo tão divertido, tão descontraído, tão especial. Não teve nada a ver com o outro evento", disse uma das funcionárias da linha de produção, numa alusão ao dia em que o anterior chefe de Estado, Cavaco Silva, esteve também naquela fábrica. Uma fábrica que foi inaugurada há 40 anos pelo então Presidente da República, Mário Soares.
O presidente da empresa referiu-se a essas quatro décadas de existência e, num recado à comitiva do PS, fez questão de frisar que "não é homem de andar a pedir apoios".
"Mas a verdade é que não somos considerados uma pequena e média empresa, porque temos centenas de trabalhadores, mas estamos longe de merecer os apoios das Autoeuropas deste país. Devia haver mais cuidado com o setor da indústria alimentar", disse.
Pedro Marques tomou nota das observações que lhe foram feitas, criticou a ausência de uma política industrial coordenada na União Europeia, embora rejeitando o protecionismo.
O cabeça de lista do PS apelou principalmente ao voto no seu partido.
"É bom falar assim, cara a cara, sem os candidatos a fazerem ruído uns com os outros", afirmou, dirigindo-se aos trabalhadores e antes de lhes falar da "alternativa à austeridade".
"Queremos ter as contas em ordem, mas sem estar sempre a cortar. Com este Governo foi possível aumentar salários, pensões e reduzir os passes sociais dos transportes", declarou o cabeça de lista do PS.
Antes, Margarida Marques fez um discurso mais de caráter europeu, durante o qual procurou passar a ideia de que a "União Europeia é não só o espaço geográfico como também político" de Portugal.
"É tão importante votar para o presidente da Câmara como para o Parlamento Europeu. O meu pedido é que votem", disse a ex-secretária de Estado dos Assuntos Europeus, antes de procurar traçar diferenças entre o projeto europeu do PS e os das outras forças políticas.
Já a dirigente socialista Maria da Luz Rosinha tentou falar ao "coração" dos funcionários da empresa, invocando o seu trabalho como ex-presidente da Câmara de Vila Franca de Xira.
"Também sou da família Dan Cake. Esta é uma empresa de gente resiliente, que vence sempre as dificuldades", declarou a deputada e membro do Secretariado Nacional do PS.
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