Pedro Marques assumiu estas posições em declarações aos jornalistas, a meio de uma visita à Feira Franca de Fafe, em dia de feriado municipal neste concelho do Minho que é considerado um "bastião" dos socialistas, sobretudo no plano autárquico.
"No meu partido, no PS, não normalizamos a extrema direita. Não fazemos coligações nem acordos políticos com a extrema direita. Isso foi feito pela direita europeia mais do que uma vez", afirmou, depois de ter sido interrogado se estava preocupado com o crescente peso eleitoral das forças políticas radicais.
Numa crítica às forças do Partido Popular Europeu (PPE), família política da qual fazem parte o PSD e o CDS-PP, o cabeça de lista do PS apontou de forma crítica o que aconteceu na Andaluzia "com o Vox" - partido de extrema-direita em Espanha.
"Para que a extrema-direita não cresça, é preciso que as pessoas acreditem que os políticos governam para os cidadãos, que não deixam ninguém para trás - e essa tem sido a mensagem do PS nesta campanha e foi o que fizemos em Portugal", completou o ex-ministro socialista.
Neste contexto, Pedro Marques elogiou a prestação que o candidato socialista à presidência da Comissão Europeia, o holandês Frans Timmermans, teve na quarta-feira em debate direito com o seu adversário do PPE, o germânico Manfred Weber.
"Portugal foi [um tema] muito importante no debate europeu. Timmermans foi claro em afirmar que se mudou aqui a forma de governar e que há mesmo uma alternativa que cresceu a partir de Portugal", defendeu.
Perante a pergunta se defende a proibição de forças de extrema-direita concorrerem a eleições, Pedro Marques demarcou-se dessa perspetiva, alegando que "a democracia tem regras".
"Quando o Tribunal Constitucional aprova a existência de um partido, é porque essas regras foram cumpridas. O que me preocupa mais é que os extremismos não cheguem ao poder. Há linhas vermelhas que eu não quero que cheguem a ser uma realidade no meu país", respondeu.
Questionado se faz distinção entre o extremismo de direita e o de esquerda, Pedro Marques sustentou que os extremismos de direita "pugnam pela xenofobia e, até, infelizmente, pelo racismo".
"Os extremismos de direita têm mensagens de exclusão e de misoginia - mensagens que eu não quero no meu país. São memórias históricas tristes que eu não quero na minha Europa", acrescentou.
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