“Isto que aqui está é Europa”, afirmou Melo a apontar para uma casa ardida nos incêndios do ano passado.
Nuno Melo quis simbolizar naquela casa “a Europa que sofreu, que teve bens destes cidadãos europeus destruídos, que canalizou para a sua recuperação dinheiro dos contribuintes europeus, sem que essa recuperação aconteça”.
O eurodeputado e cabeça de lista dos centristas às europeias de 26 de maio foi questionado por não falar, há dias, do seu adversário socialista, Pedro Marques, responsabilizando o primeiro-ministro e líder do PS, António Costa, por fazer com que “desaparecesse de circulação”, por não falar dele em comícios, e ter optado mais por temas nacionais do que europeus.
Nuno Melo discordou e disse porquê aos jornalistas junto à tal casa que ardeu em 2018 e ainda não foi reconstruída, uma das que 75 habitações destruídas nos fogos que consumiram 75 mil hectares durante o verão de 2018.
“No caso dos fogos, estamos a falar de fundos comunitários, da Europa que altera a vida das pessoas”, afirmou, dando de seguida vários exemplos em forma de pergunta e resposta.
“Então nós temos fundos europeus que, no momento das tragédias, são canalizados para a recuperação de casas, para limpeza de florestas, para reflorestação, esses fundos não estão a ser utilizados e não estamos a falar da Europa?”, exemplificou.
O mesmo “desaproveitamento” de fundos aplica-se, segundo Nuno Melo, ao programa Mar 2020 ou à Ferrovia 2020, apontando ainda a António Costa, mais uma vez sem se referir a Pedro Marques.
“Não estamos a falar só da Europa académica, em que o doutor António Costa, porventura, gostaria de concentrar a discussão, para evitar o que é obvio, que é o falhanço do Estado. O Estado é representando por quem? Por António Costa, que desperdiça os fundos europeus e não resolve a vida das pessoas onde a Europa pode fazer alguma diferença”, afirmou.
Depois de ver a casa destruída, num fogo que rodeou a aldeia – momentos descritos por um dos habitantes a Melo e comitiva – o cabeça de lista do CDS-PP encontrou mais um motivo de crítica ao Governo, no meio de uma paisagem onde se vê uma serra em tons cinza, ainda sem sinais de reflorestação.
O candidato mostrou uma carta das Finanças em que o “Estado tem a extraordinária ideia de cobrar Imposto Municipal sobre Imóveis [IMI] por casas que estão destruídas”, aumentando até a prestação.
Nuno Melo assinalou a diferença de comportamento por parte do Estado quanto aos problemas dos cidadãos, que se não pagam o IMI, “age judicialmente e porventura penhora bens”.
Depois, no caso dos incêndios, “faz promessas, sobre a recuperação de casas e ação na floresta, não cumpre com nada”, “vira as costas”.
(Notícia atualizada às 21h14)
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