Nuno Melo começou o terceiro dia de campanha oficial para as europeias com uma visita ao mercado de Cascais, Lisboa, uma freguesia presidida pelo CDS, onde teve o apoio do ex-ministro Pires de Lima e respondeu ao discurso da véspera de António Costa, secretário-geral do PS e primeiro-ministro, e do candidato socialista Pedro Marques.
“Nervosismo”, disse por duas vezes, para explicar a atitude do chefe do executivo sobre quem, nos últimos dias, tem dito que é “o verdadeiro” candidato ao Parlamento Europeu do PS e não Pedro Marques.
“Nervosismo. Eu percebo que quem parte alavancado em sondagens achando que as sondagens são urnas e percebe que as coisas não estão a correr bem fique nervoso”, afirmou Melo, junto a uma banca de peixe, com robalos, rubinas, salmonetes e carapaus.
No CDS, por que é de direita e está, disse, habituado às dificuldades, já tem “uma carapaça” por causa de sondagens que dão resultados baixos que depois não se confirmam no dia das eleições.
Ainda assim, disse, “há expressões escusadas, despropositadas”, porque se pode fazer uma campanha “sem violência verbal”, admitindo que o CDS pode ser duro nos seus argumentos, “sem depreciar ninguém pessoalmente”.
E, por fim, formulou um desejo a Costa: “Que tenha uma campanha tranquila, que perceba que há mais vida além da política. Nós perdoamos ao dr. António Costa”, conclui.
Na terça-feira, num comício do PS em Faro, António Costa fez a defesa do "número um" europeu dos socialistas, Pedro Marques, e atacou o CDS-PP e o PSD, sobretudo os cabeças de listas europeus destes partidos, respetivamente Nuno Melo e Paulo Rangel.
"Há uma enorme diferença entre aqueles que escolhem bons candidatos para aparecer na televisão e aqueles que escolhem bons deputados para representar toda a nação. Por isso, Pedro [Marques] sê igual a ti próprio, nós somos iguais a nós próprios", disse.
De acordo com o líder socialista, o PS não vai "entrar num concurso de piadinhas nem em campanha suja".
Numa manhã que começou cedo, no mercado, Nuno Melo “jogou em casa”, ao lado de Pedro Mota Soares, número dois da lista, que também é autarca em Cascais, e Pedro Morais Soares, secretário-geral do partido e presidente da junta de freguesia de Estoril-Cascais, além de Antonio Pires de Lima, ex-ministro do Governo anterior, PSD/CDS.
Pires de Lima “enterrou” divergências com a direção nacional dos centristas, por causa da posição do partido no “dossier” da contagem do tempo dos professores, dado que a líder, Assunção Cristas, “clarificou logo” o assunto, elogiou Melo e Pedro Mota Soares e atacou “a falta de vergonha” dos socialistas nas nomeações governamentais.
“Nunca se viu”, disse, “nem em democracia nem no tempo da ditadura”, pai e filha, marido e mulher juntos no conselho de ministros, como acontece neste executivo socialista liderado por António Costa, assim como “amigos e amiguetes” escolhidos para cargos governamentais.
E pediu aos eleitores, que nas eleições de 26 de maio, mostrem um “cartão amarelo” aos socialistas.
“Armados” de canetas e panfletos, a comitiva centrista avançou para as bancadas, entre legumes, frutas e peixe, para tentar convencer eleitores a votar em 26 de maio no CDS.
Nuno Melo e Mota Soares receberam mais sorrisos e promessas de voto, embora algumas pessoas tenham recusado o “papelinho” e um deles, à distância, tenha comentado “são todos uns fingidos”.
De resto, uma apoiante, que disse estar farta “desses talibãs”, adversários do CDS, que não identificou, promete o seu voto e espantou-se com a “beleza” dos “homens do CDS”, enquanto falava com Nuno Melo. “O CDS tem homens tão bonitos”, comentou.
Melo e Mota Soares não escaparam à moda das 'selfies', tiraram algumas, e distribuíram beijos e abraços.
Ainda perto da banca do peixe, um jornalista pediu ao eurodeputado para eleger um “carapau de corrida” nesta campanha, mas Melo não respondeu pelo respeito que os adversários lhe merecem.
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