Em declarações à agência Lusa, Francisco Assis, que foi cabeça de lista do PS nas eleições europeias de 2014, então sob a liderança partidária de António José Seguro, procurou desdramatizar a possibilidade de não continuar no Parlamento Europeu por mais cinco anos.
Perante as questões formuladas pela agência Lusa, Francisco Assis tentou antes frisar que, independentemente de qualquer cenário em termos de lista europeia do PS, estará empenhado na próxima campanha eleitoral em defesa do projeto europeu preconizado pelo atual secretário-geral socialista, António Costa.
"Desiludam-se os que julgam que vai haver confronto entre mim e o secretário-geral do PS, ou entre mim e o partido, porque isso, em absoluto, não vai acontecer, já que, no essencial, estamos de acordo. Eu ir ou não na lista não me tira um minuto de sono", afirmou o eurodeputado socialista.
Interrogado se já foi contacto pela direção do PS no sentido de apurar a sua disponibilidade ou não para continuar no Parlamento Europeu, Francisco Assis respondeu: "Não tive qualquer contacto, nem tinha de ter, porque as listas não foram propostas".
"Eu sempre soube distinguir os planos. Tenho um bom relacionamento pessoal e político com o secretário-geral do PS, coincido com ele, em absoluto, nas questões de política europeia. Julgo que o PS vai ter um bom resultado e estou disponível, indo ou não nas listas, para participar ativamente no processo eleitoral", disse.
O cabeça de lista socialista nas europeias de 2014 fez mesmo questão de acentuar que "Ir ou não ir nas listas é irrelevante" para si.
"Na vida política ninguém pode estar agarrado aos cargos. Tenho responsabilidades e deveres. E a minha responsabilidade e o meu dever é o de, neste momento, estar de corpo e alma, inteiramente, ao serviço do PS na questão europeia - e, para isso, não é preciso eu ir na lista", alegou.
Para o antigo líder parlamentar do PS, a questão mais importante que se coloca no ato eleitoral de maio próximo é o seu partido "ganhar as eleições".
"É essencial contribuirmos para que o grupo social-democrata europeu tenha expressão no próximo Parlamento Europeu. Infelizmente, contrariamente ao que vai suceder em Portugal, em que vamos ganhar as eleições, em vários países europeus vamos ter perdas eleitorais", advertiu.
Ainda sobre a sua continuidade no Parlamento Europeu, Francisco Assis afirmou não ter qualquer problema com esse tema.
"Fui candidato a deputado europeu há cinco anos num determinado contexto político e vou cumprir esse mandato até ao último dia. Quem neste momento dirige o partido tem toda a legitimidade e liberdade para escolher quem muito bem entender e ninguém deve ficar contrariado por não integrar uma lista de candidatos a deputados. Mais ainda: Se não integrar a lista, estarei totalmente disponível para participar ativamente na campanha eleitoral - um processo que considero muito importante para o futuro da Europa", considerou.
Francisco Assis declarou depois ter "a certeza que o PS vai apresentar uma boa lista", elogiando, então, o papel que tem sido desempenhado pelo atual líder socialista no plano europeu.
"O António Costa, pelo seu discurso ao longo destes anos, dá-me garantias que é um europeísta absolutamente convicto. Se há marca que fica da ação governativa é precisamente essa, porque não cedeu em nada, nomeadamente em relação aos seus parceiros de coligação parlamentares, mantendo-se absolutamente fiel ao compromisso europeísta, que é uma marca que identifica a história política do PS. Hoje, António Costa é um dos primeiros-ministros mais europeístas, mais respeitados na Europa e dos mais prestigiados na esquerda democrática", sustentou.
Confrontado com a ideia de que o atual primeiro-ministro, António Costa, poderá contar consigo para integrar um novo Governo socialista após as eleições legislativas de outubro próximo, Francisco Assis recusou-se a pronunciar-se sobre esse cenário.
"Esse é um tema sobre o qual não quero especular", disse.
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