“Depois de avaliar cuidadosamente a proposta do arguido sobre as circunstâncias deste caso, o tribunal está convencido que nenhumas condições podem razoavelmente garantir a comparência do arguido durante este caso”, disse o juiz norte-americano William Kuntz II, citado pela agência de informação financeira Bloomberg.
O juiz negou assim o pedido dos advogados do empresário do grupo Privinvest, que defendiam que se saísse sob fiança, Boustani aceitaria ficar sujeito a prisão domiciliária e vigilância constante de uma equipa de segurança, num local secreto.
A acusação da justiça norte-americana contém revelações detalhadas sobre o caso das dívidas garantidas pelo Estado moçambicano, entre 2013 e 2014, a favor das empresas públicas Ematum, MAM e Proindicus, de pescas e segurança marítima, concluindo que terão servido para um esquema de corrupção e branqueamento de capitais com vista ao enriquecimento de vários suspeitos.
A investigação dos EUA ficou conhecida quando o ex-ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, três ex-banqueiros do Credit Suisse e o intermediário da empresa naval Privinvest foram detidos em diferentes países, desde 29 de dezembro, a pedido da justiça norte-americana.
O antigo ministro moçambicano permanece preso, desde final do ano passado, na África do Sul, aguardando uma decisão sobre a sua eventual extradição para os Estados Unidos.
Em 2016, a revelação de que o Estado tinha dado garantias escondidas a empréstimos que ascendiam a dois mil milhões de dólares (cerca de 1,750 mil milhões de euros, ao câmbio atual) levou à suspensão de vários apoios internacionais, contribuindo para a degradação das perspetivas económicas do país.
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