Kerry, que já se encontrou várias vezes com Lavrov muitas vezes quando era secretário de Estado, disse que “o risco não pode ser maior” no tema das mudanças climáticas, numa altura em que o mundo é confrontado com registos recorde de calor e episódios extremos.
“Eu e [Lavrov] passámos anos a negociar sobre guerras, armas químicas e nucleares e posso dizer sem reservas que esta é uma iniciativa absolutamente crítica e urgente”, afirmou Kerry, em conferência de imprensa conjunta.
Por seu lado, Lavrov indicou que Moscovo “dá grande atenção aos problemas ligados à mudança climática”, saudando a visita “muito oportuna” de Kerry à capital russa.
Segundo o chefe da diplomacia russa, a Rússia espera “cooperação estreita” com os Estados Unidos na cimeira COP26, a realizar em novembro, em Glasgow, na Escócia.
Lavrov acrescentou que a visita de Kerry foi “muito importante e positiva” para “aliviar as tensões” entre os dois países, que se agravaram durante os últimos anos devido a acusações de interferência eleitoral, espionagem e ataques cibernéticos maciços imputados a Moscovo.
A Rússia, um dos maiores produtores mundiais de petróleo e gás, fez várias promessas nos últimos anos, sugerindo que leva a sério as mudanças climáticas, ao mesmo tempo que se multiplicam todos os verões os incêndios florestais na Sibéria e o ‘permafrost’ (solo que passa todo o ano congelado) derrete cada vez mais e ameaça várias cidades do Ártico.
Durante o discurso anual em abril, o Presidente russo, Vladimir Putin, declarou que o país deve adaptar-se às mudanças climáticas e ordenou a criação de uma indústria para reciclar as emissões de carbono.
As mudanças climáticas são uma das poucas áreas que os EUA e a União Europeia se declararam dispostos a cooperar com a Rússia, num contexto de tensões permanentes.
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