Em causa está o atendimento complementar, realizado aos fins de semana e feriados, que os profissionais exigem que seja “remunerado como trabalho extraordinário”, como acontece noutros Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da ARSLVT, adiantou o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), em comunicado.

“Tal como acontece nos restantes ACES, os enfermeiros pretendem que o seu período normal de trabalho semanal (35 horas) seja dedicado exclusivamente à atividade assistencial aos seus doentes”, explicou o sindicato, na nota divulgada.

Devido a esta situação “incoerente, injusta e discriminatória”, que já se arrasta desde dezembro de 2018, os enfermeiros vão concentrar-se em protesto, na quinta-feira, em frente ao Centro de Saúde da Amora, no Seixal, distrito de Setúbal, pelas 11:00.

Neste sentido, o SEP responsabilizou a direção do ACES de Almada e Seixal e a ARSLVT por “penalizarem” os enfermeiros e os utentes com o “jogo do empurra”.

Segundo o documento divulgado, numa reunião em 17 de maio, o presidente do conselho diretivo da ARSLVT, Luís Pisco, “assumiu que esta situação era incompreensível” e que era “única”, mas que seria ultrapassada quando entrasse em funções o novo diretor do ACES de Almada e Seixal, Alexandre Tomás.

No entanto, de acordo com o sindicato, a situação piorou, uma vez que o novo responsável “assumiu uma posição de retrocesso em relação ao seu antecessor, o que agravou a indignação dos enfermeiros”.

“Como fator agravante, o diretor executivo demonstrou uma atitude incoerente em relação aos enfermeiros das Unidades de Saúde Familiar, modelo B, que estão a ser coagidos a aumentar o seu horário de trabalho para 40 horas, sem qualquer compensação, alegadamente por serem necessárias mais horas assistenciais aos seus utentes”, denunciou.

Por estes motivos, os enfermeiros decidiram “manifestar publicamente a sua indignação”, exigindo que o diretor executivo e o presidente da ARSLVT “se entendam e resolvam imediatamente este diferendo”.

A agência Lusa tentou contactar a ARSLVT, mas até ao momento não foi possível obter declarações.

Em dezembro de 2018, os enfermeiros do ACES de Almada e Seixal já tinham iniciado uma greve ao atendimento complementar, exigindo que este serviço fosse considerado trabalho extraordinário, o que se estendeu até janeiro, tendo sido interrompida no período da gripe.