“Agora, o que conta é saber o que queremos construir. E essa disputa é, naturalmente, feita entre o Partido Socialista e a esquerda - sobre o projeto para o país”, disse Catarina Martins no Porto, distrito pelo qual encabeça a lista às legislativas, num comício na Praça dos Poveiros.
Observando que “o programa da direita já não serve para o país”, a líder bloquista notou que, “se os últimos quatro anos mudaram o país, com mais justiça, dignidade e respeito, foi porque o BE cumpriu o seu compromisso” com Portugal.
A referência à disputa eleitoral entre o PS e a esquerda surgiu quando Catarina Martins falava sobre a emergência climática e resolveu imaginar a “resposta da direita” às reivindicações dos estudantes.
“Passos Coelho [primeiro-ministro durante legislatura que antecedeu a da designada “geringonça” formada entre PS, BE, PCP e PEV] diria talvez aos estudantes para não serem piegas e saírem, quem sabe, do seu planeta de conforto. É por isso que sabemos em que campo se disputam estas eleições”, alertou.
“A diferença que fizeram estes quatro anos. O programa da direita não serve. Já o deitámos fora. Agora, o que conta é saber o que queremos construir. E essa disputa é, naturalmente, feita entre o PS e a esquerda”, acrescentou.
Na sexta-feira, Catarina Martins respondeu às críticas do ministro Mário Centeno com o aviso de que "quem quer pontes, não as queima" e mostrando-se “agradada” por o programa do BE “estar no centro do debate e das preocupações do PS”.
“Não sei se o PS está arrependido destes quatro anos, nós no Bloco de Esquerda não estamos”, referiu.
Hoje, Catarina Martins assegurou que “o BE está mais forte” porque tem a força “de toda a gente que lutou nestes quatro anos, e em todos os anos, por justiça no trabalho”.
“Se tanto mudou foi porque o BE cumpriu o seu compromisso com o país. Cumprimos. Com quem trabalha. E não esquecemos quem ficou para trás”, frisou.
A líder do BE lembrou que estão “por regularizar os PREVPAP [programa de regularização extraordinária dos vínculos precários na Administração Pública] na RTP [alguns dos precários estavam presentes no comício e fizeram-se notar com um cartaz], nos técnicos especializados, no IEFP [Instituto de Emprego e Formação Profissional] e na investigação”.
“Temos hoje um dos maiores instrumentos de luta para dizer que a precariedade não pode ser a regra. Vemos em dezenas de milhares de pessoas vinculadas que as lutas podem ser difíceis, mas como valem a pena”, observou Catarina Martins.
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