No arranque da última semana da corrida eleitoral, Catarina Martins chegou, com uma blusa em tons de rosa, a um sítio onde já se sente em casa e onde vem sempre "em campanha e fora de campanha": a Feira de Espinho, no distrito de Aveiro.
Este foi o primeiro grande momento de rua da caravana do BE e a Feira de Espinho respondeu com flores - próteas -, muitos beijos, abraços, promessas de votos e diferentes pedidos.
"Quem diria que eu ia ver aqui a menina, senhora doutora", disse, entusiasmada, Ana Carvalho.
Para a líder do BE "menina também serve" e Ana Carvalho continuou, com uma comparação inesperada: "você é menina, é pura, é a mulher do povo. Você faz-me lembrar sabe quem, a sua luta? A falecida princesa Diana".
"Que Costa? Não há cá Costas. Olhe que eu tenho lata para falar mesmo", ouviu-se mais à frente.
Catarina Martins continuou, entre palmas e palavras de incentivo, sempre acompanhada pelos número um e dois por Aveiro, Moisés Ferreira e Nélson Peralta.
"É como diz o meu marido, é uma pequena mulher, mas é uma grande mulher. É verdade, as mulheres não se medem aos palmos", atirou outra feirante.
Mais à frente, um reencontro com uma senhora com quem já tinha estado há três semanas, na mesma feira, e a quem tinha prometido voltar em período oficial de campanha.
"Se não ficar na frente, vai subir muito a sua votação. Ganhar, ganhar, é um bocadinho difícil. Mas subir vai subir muito", vaticinou.
No meio da euforia e das mensagens de apoio, um momento mais sério, onde a forma como uma senhora puxou Catarina Martins pelo pescoço mostrava a urgência que alguém a ouvisse.
"Eu tinha a reforma da Venezuela e declarei. Há três que não me mandam nada e aqui estão a tirar à minha reforma", lamentou, tendo Catarina Martins admitido que isto não podia acontecer e colocando a senhora em contacto com um elemento da comitiva para que fosse possível acompanhar o caso.
Mas nem tudo foram rosas, também houve os espinhos do costume com quem critica os políticos por só aparecerem nas feiras "quando há eleições" e os que garantem que não votam "por ninguém".
"Olhe que ela tem ciúmes do marido que só fala na Catarininha", avisou, uma outra compradora da feira, enquanto Catarina cumprimentava uma mulher com uma camisa às flores.
À saída, com um sorriso no rosto, a líder bloquista realçou aos jornalistas que esta "é de facto uma receção extraordinária".
"E nós temos sentido todos os dias na rua, um enorme carinho. As pessoas reconhecem como o BE tem sido a luta pela pensão, a luta pelo salário", sublinhou, admitindo é a estes momentos onde vai buscar "muita energia".
Comentários