Oscar Maroni é proprietário do Bahamas, que oferece "massagens relaxantes" ou permite assistir "aos melhores shows eróticos da madrugada". O seu estabelecimento — agora em obras — está situado numa das principais avenidas de São Paulo, e é uma das mais famosas casas noturnas do género (de referir que a exploração comercial da prostituição não é permitida no país). Maroni fez uma promessa: iria distribuir milhares de cervejas de Lula fosse preso.
Ontem à noite — com Lula a falhar o prazo do mandato de detenção ordenado pelo Sérgio Moro, figura central na Operação Lava Jato; quando milhares transformavam o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo numa fortaleza improvisada —, Maroni vestiu-se de Metralha, personagem dos ladrões atrapalhados das histórias de banda desenhada da Disney, e distribuiu 9.000 latas de cerveja na rua para brindar ao decreto de prisão do ex-presidente.
Conta o jornal Brasileiro Folha de S. Paulo que Maroni chegou ao Bahamas por volta das 19h30 (hora local), tendo parado a sua viatura no meio da multidão. Foi "ovacionado e conduzido como se fosse um rockstar". Dada a ordem, começou a distribuição. "São 9.000 latas de cerveja Brahma, geladas em enormes caixas de metal com isopor interno, trazidas duas a duas", conta o jornal.
E não foi só, com o seu estabelecimento encerrado, há cerca de três semanas, para ser renovado, o proprietário trouxe funcionários e funcionárias, seguranças e até um DJ para animar as hostes. Maroni dançou, cantou, participou num strip e, claro, foi notícia na imprensa brasileira pela inusitada ação. A festa improvisada em frente ao complexo Bahamas Hotel Club, em Moema, na zona sul de São Paulo, juntou cerca de 3000 pessoas.
O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) do Brasil rejeitou na sexta-feira um segundo pedido de 'habeas corpus', apresentado pelos advogados de defesa do ex-presidente para evitar a prisão imediata decretada por Sério Moro.
O anúncio da decisão foi feito pelo juiz Felix Fischer, relator da operação Lava Jato no tribunal.
No pedido apresentado pelos advogados, estes pediam que fosse suspensa a execução provisória da pena até que o julgamento de mérito deste 'habeas corpus' fosse realizado.
Na madrugada de quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) tinha já negado um ‘habeas corpus’ também apresentado pela defesa de Lula da Silva, que visava evitar a sua prisão antes de se esgotarem os recursos na Justiça.
Anteriormente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já havia também negado um ‘habeas corpus’ preventivo a Lula da Silva, condenado a 12 anos de prisão e um mês por corrupção passiva e branqueamento de capitais.
A prisão do ex-chefe de Estado — condenado a 12 anos e um mês de cadeia — está relacionada com um dos processos da Operação Lava Jato, o maior escândalo de corrupção do Brasil. Lula foi condenado por ter recebido um apartamento de luxo como suborno da construtora OAS em troca de favorecer contratos com a petrolífera estatal Petrobras.
A execução provisória da pena não deverá impedir juridicamente a candidatura presidencial de Lula da Silva, à frente nas sondagens para as eleições de outubro.
Luiz Inácio Lula da Silva, 72 anos, foi o 35.º Presidente do Brasil (2003-2011).
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