"Estou satisfeito com a boa cooperação que queremos construir entre Roma, Viena e Berlim" nesta área, declarou Sebastian Kurz, durante uma conferência de imprensa em Berlim, na Alemanha.
"Na nossa opinião, é necessário um eixo de voluntários na luta contra a imigração ilegal", acrescentou o responsável austríaco, depois de um encontro com o ministro da Administração Interna alemão, Horst Seehofer.
O chanceler austríaco realçou que há cada vez mais pessoas a chegar à Grécia e novos desenvolvimentos no caminho albanês.
"Penso que é importante não esperar pela catástrofe, como em 2015, mas agir contra [ela] a tempo", defendeu Sebastian Kurz, que fez da luta contra a imigração a prioridade da sua presidência da União Europeia (UE) que começa a 01 de julho.
Referiu-se ao fluxo migratório de 2015, quando centenas de milhares de pessoas a pedir asilo atravessaram a Europa a pé. Angela Merkel e o chanceler austríaco na altura abriram os seus países a estes migrantes, a maior parte vindos da Síria, Iraque e Afeganistão.
Sebastian Kurz está no cargo de chanceler desde final de 2017 em aliança com a extrema direita e propôs um projeto anti-imigração. A Itália também passou a ter um governo duro acerca deste tema, ao reunir extrema direita e populistas.
Os ministros italiano, Matteo Salvini, e austríaco, Herbert Kickl, são ambos de extrema direita e o seu homólogo alemão também tem transmitido opiniões fortes acerca das questões migratórias, estando atualmente em conflito com a chanceler Angela Merkel, que rejeitou o seu projeto de endurecimento no acolhimento das pessoas que pedem asilo.
O anúncio da criação de um eixo Berlim-Roma-Viena sobre estes assuntos vem fragilizar a posição de Angela Merkel que procura conseguir um acordo para um sistema de asilo europeu, para apresentar na cimeira da UE no final deste mês. Vários países, nomeadamente do leste europeu, opõem-se dizendo que não querem ser a repartição europeia dos refugiados.
Sebastian Kurz salientou que "graças a Deus" numerosos países da UE são a favor de soluções firmes face à imigração clandestina, citando a Holanda e a Dinamarca. A Hungria, a Polónia e a República Checa também se opõem às ideias da chanceler alemã.
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