
Com exceção da breve fase total de um eclipse solar, quando a Lua bloqueia completamente a face brilhante do Sol, nunca é seguro olhar diretamente para o Sol sem proteção ocular especializada para observação solar.
Observar qualquer parte do Sol brilhante através das lentes de uma câmara, binóculos ou telescópio sem um filtro solar especial fixado na parte frontal da ótica causará instantaneamente ferimentos graves nos olhos e quem o diz é a NASA.
Estas regras são importantes porque entre as 9h36 e as 11h29 de amanhã, o sol vai estar coberto pela lua, precisamente 19 anos depois do último eclipse solar parcial visível em Portugal.
Assim, o sol ficará com uma aparência semelhante à da lua crescente durante quase duas horas. O eclipse será visível em todo o país, mas é nos Açores que os observadores terão a melhor visibilidade em território português. Em Ponta Delgada, mais de metade da área do Sol ficará coberta pela Lua, com uma taxa de cobertura de cerca de 58%. Em Lisboa, este valor rondará os 40% e atingirá o seu auge por volta das 10h30 de sábado.
Quando se assiste a fases parciais do eclipse solar diretamente com os seus olhos, o que acontece antes e depois da totalidade, deve olhar-se através de óculos de visão solar seguros (“óculos de eclipse”) ou um visor solar portátil seguro o tempo todo. Óculos de eclipse não são óculos de sol comuns, sendo que estes, não importa quão escuros, não são seguros para ver o Sol, avisa a NASA.
Os visores solares seguros são milhares de vezes mais escuros e devem estar em conformidade com o padrão internacional ISO 12312-2. A NASA não recomenda nenhuma marca específica de visores solares.
É ainda necessário inspecionar os óculos de eclipse ou visualizador portátil antes de usar. No caso de estarem rasgados, arranhados ou danificados de alguma forma, estes devem ser descartados. As crianças também devem ser vigiadas durante a utilização destes objetos.
Mais ainda, não se deve olhar para o sol com uma lente de câmara, telescópio, binóculos ou qualquer outro dispositivo ótico enquanto se usar óculos de eclipse ou um visualizador solar portátil. Os raios solares concentrados podem queimar estes objetos e causar ferimentos graves nos olhos.
Quem não tem óculos de eclipse ou um visualizador solar portátil, pode usar um método de visualização indireta, que não envolve olhar diretamente para o Sol.
Quando foi o último eclipse solar parcial?
O último eclipse solar parcial deste género aconteceu a 29 de março de 2006, há exatamente 19 anos. Não é coincidência, uma vez que se trata de um ciclo metónico, uma ocorrência astronómica que faz com que a cada 6.939,69 dias, a Lua volte a coincidir na mesma posição, em relação à Terra e Sol, no mesmo dia do ano, na mesma região, explica o astrónomo Alejandro Sánchez ao El País.
Este vai ser o primeiro de uma série de fenómenos astronómicos que chegam a Portugal até 12 de agosto de 2026, quando haverá um eclipse quase total do sol. Ainda este ano, haverá um novo eclipse lunar a 7 de setembro e, desta vez, será total e visível em todo o país.
Para 12 de agosto de 2026, especialistas preveem que seja visível na Islândia, norte da Espanha e partes de Portugal. No Reino Unido, França e Itália, o fenómeno será visível em 90%.
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