“Este é um dos aspetos mais chocantes em termos de integração na sociedade” dos jovens que tiveram cancro em criança, afirmou Filomena Pereira, que dirige o serviço de pediatria no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa.
A especialista falava durante o Fórum “Cancro Pediátrico”, organizado pela associação Lions e que hoje reúne, em Lisboa, vários especialistas em oncologia pediátrica.
Para Filomena Pereira, existem outras dificuldades que estas crianças passam por terem sido atingidas pela doença, como terem de ter de fazer os tratamentos nos IPO, apesar de existirem outros serviços mais perto.
“Há uma relutância dos médicos em ver doentes com cancro no seu local de trabalho. Se têm cancro, é para o IPO”, lamentou esta centralização.
Em relação às condições do serviço de pediatria do IPO de Lisboa, a sua diretora disse que este é “o último reduto de qualidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.
“Quando se começarem a sentir problemas neste serviço, então é porque a situação do SNS é muito grave”, acrescentou, afirmando: “Este é o último sítio onde chegam as coisas más”.
Com este relativo desafogo, os profissionais conseguem que as crianças se preocupem “apenas com o que precisam de se preocupar, ou seja, com a cor das toucas, as tranças e os adereços”, disse.
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