“Uma solução que identifique o valor de compensação, quem paga, quais os prazos de pagamento exequíveis, etc, etc, isso não é uma solução fácil!”, advertiu aquele responsável pelas vendas na transportadora nacional, durante uma audição na Comissão de Economia da Assembleia Regional, reunida em Ponta Delgada.
Nuno Sousa foi ouvido pelos deputados, na sequência de uma anteproposta de lei, apresentada pela bancada do Chega, que propõe que os passageiros residentes nos Açores, que pretendam viajar para o continente, paguem, no máximo, 134 euros pela tarifa aérea de ida e volta, para acabar com a especulação no preço dos voos.
“Não seria possível estabelecer preços máximos para as tarifas, assim como para a taxa de emissão do bilhete?”, questionou o deputado do Chega, Francisco Lima, lembrando que, “uma coisa é aquilo que as companhias aéreas recebem, outra coisa é aquilo que as agências de viagens cobram”.
Mas o diretor de vendas da TAP entende que as companhias aéreas devem continuar a ter liberdade para aplicarem as tarifas que entenderem, para cada viagem, e lembrou que, para já, ainda vigoram as regras do mercado livre.
“Existem tarifas que podem ir de um patamar muito baixo, menos de 60 euros, e podem subir até 600 euros, ou até eventualmente mais, depende dos mercados, depende das rotas, da procura e da capacidade instalada da própria companhia aérea”, justificou Nuno Sousa.
Segundo explicou, a TAP, por vezes, é “obrigada” a “ajustar a tarifa” para poder ter uma taxa de capacidade alta, adiantando que, se não o fizer, a transportadora não conseguirá vencer num mercado aberto, onde operam também companhias concorrentes, como a Azores Air Lines e a Ryanair.
Os deputados ao parlamento açoriano pretendem também ouvir agentes de viagens e membros do Governo, a propósito da proposta do Chega, antes de o diploma subir a plenário para votação final.
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