O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, vai participar na reunião com os restantes 26 homólogos da UE e o alto-representante para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrel.
No domingo houve um jantar informal com a líder da oposição na Bielorrússia, Sviatlana Tsikhanouskaya, para discutir a degradação da situação político-social do regime de Aleksandr Lukashenko, e hoje de manhã há outro encontro informal, desta vez com homólogo arménio, Ararat Mirzoyan, para abordar a instabilidade da região.
Mas o principal tópico da vai ser o reforço da mensagem de apoio à Ucrânia, numa altura em que parece ter acabado o consenso nos Estados Unidos sobre um apoio que outrora foi descrito como “inequívoco”.
Apesar dos sucessivos apelos do Presidente norte-americano, o democrata Joe Biden, que ainda esta semana disse que o país invadido pela Rússia “não pode esperar mais”, o ano vai acabar sem a aprovação de um pacote de 106 mil milhões de euros para a Ucrânia, Israel e Taiwan.
Biden conseguiu assegurar mais de 160 milhões de euros para a Ucrânia, mas é insuficiente com as Forças Armadas ucranianas a precisarem de mais e melhor armamento, e de recuperar infraestruturas críticas visadas pelas tropas russas.
Em contraciclo com Washington, os ministros com a pasta da diplomacia dos 27 querem reforçar que estão ao lado da Ucrânia enquanto houver necessidade, para transmitir a Vladimir Putin que não vai vencer a guerra pelo cansaço e para pressionar o parceiro do outro lado do Atlântico.
Mas dentro da UE a Hungria está a ameaçar ‘fechar a torneira’ ao apoio económico-financeiro, nomeadamente um pacote de 50 mil milhões de euros, e a colocar em causa a estratégia dos 27 para a Ucrânia.
O agravamento das tensões no Médio Oriente também vai ser alvo de discussão e a diplomacia belga anunciou na sexta-feira que vai apresentar uma proposta para proibir a circulação no espaço Schengen de cidadãos israelitas envolvidos na violência contra palestinianos na Cisjordânia.
Os 27 governantes vão ainda discutir o agravamento da situação político-social e de segurança na região do Sahel, em África.
Em menos de dois anos houve golpes militares no Mali, Níger e Burkina Faso. A UE está preocupada com a presença cada vez maior do grupo mercenário Wagner, que depois da incursão em território ucraniano, que acabou com uma curta insurreição contra Moscovo, deslocou-se para África, onde a presença era já acentuada.
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