Volkov foi atacado em 12 de março à porta de casa da capital da Lituânia, onde vive no exílio.
O agressor partiu uma das janelas do carro que conduzia, atirou-lhe gás lacrimogéneo para os olhos e bateu-lhe com um martelo, disse a polícia na altura.
Volkov era um aliado do mais destacado opositor do regime russo, Alexei Navalny, que morreu em 16 de fevereiro numa colónia penal no Ártico.
“Duas pessoas foram detidas na Polónia por suspeita de terem agredido o líder da oposição russa Leonid Volkov”, disse Nauseda aos jornalistas em Vílnius, citado pela agência norte-americana AP.
“Agradeço à República da Polónia pelo excelente trabalho que realizou. Discuti o assunto com o Presidente polaco [Andrzej Duda] e agradeci a sua excelente cooperação”, acrescentou.
Duda ou qualquer outra autoridade polaca não se pronunciaram de imediato.
Volkov disse nas redes sociais que não conhecia os pormenores da detenção, mas elogiou a polícia lituana por ter trabalhado “de forma enérgica e persistente” no caso.
“Quanto aos pormenores, descobriremos em breve. Mal posso esperar para saber”, acrescentou.
Volkov sofreu uma fratura no braço durante o ataque brutal e foi hospitalizado.
Acusou o Presidente russo, Vladimir Putin, de ter ordenado o ataque e prometeu continuar o trabalho na oposição.
O ataque a Volkov ocorreu quase um mês após a morte inexplicada de Navalny numa remota colónia penal do Ártico.
Navalny, que morreu com 47 anos, era a figura da oposição mais conhecida da Rússia e o crítico mais feroz de Putin, no poder há 24 anos.
Estava detido desde janeiro de 2021 e cumpria uma pena de 19 anos de prisão sob a acusação de extremismo, amplamente considerada como tendo motivações políticas.
Figuras da oposição e líderes ocidentais responsabilizaram o Kremlin (presidência russa) pela morte de Navalny, algo que as autoridades de Moscovo rejeitaram veementemente.
O funeral de Navalny na capital russa, em 01 de março, atraiu milhares de apoiantes, uma rara demonstração de desafio na Rússia de Putin, no meio de uma repressão implacável e incessante da dissidência.
A viúva de Navalny, Yulia, prometeu continuar o trabalho do marido.
Volkov era o responsável pelos escritórios regionais e pelas campanhas eleitorais de Navalny, que se candidatou a presidente da câmara de Moscovo em 2013, e tentou desafiar Putin nas presidenciais de 2018.
Volkov, 43 anos, deixou a Rússia há vários anos sob pressão das autoridades.
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