Uma propriedade do ex-ministro do Interior e ex-procurador-geral da República foi alvo de rusgas na segunda-feira, tendo sido apreendidas três armas de ar comprimido e algumas munições.
O ex-governante foi hoje sujeito a primeiro interrogatório da PCIC e ficará detido até que o Tribunal Distrital de Díli se pronuncie sobre as medidas de coação, que devem ser definidas até 72 horas após a detenção, segundo a legislação timorense.
Na segunda-feira, Longuinhos Monteiro disse à Lusa ter sido informado de que a sua propriedade na região de Loess, a oeste de Díli, fora sido alvo de uma rusga efetuada por membros do SNI.
“Fui informado de que alguns membros da SNI apareceram na minha quinta em Loess e, sem mandado, efetuaram uma busca. Encontraram três pressões de ar, uma avariada e algumas munições”, disse Monteiro à Lusa.
“Não estava lá e, por isso, vim aqui à Polícia Científica de Investigação Criminal (PCIC) prestar declarações e perceber o que se passa”, explicou.
Oficialmente o SNI não tem competências para efetuar rusgas, cabendo essa função aos serviços competentes, designadamente policiais.
A lei em vigor impede o serviço de “praticar atos que sejam da competência exclusiva de cada uma das demais entidades que exercem funções de segurança interna, do Ministério Público e dos Tribunais, designadamente proceder à detenção de pessoas e à instauração de processos de natureza criminal”.
“Foram lá sem mandado e se isto for avante para algum tribunal vou contestar isso”, disse o ex-governante, questionado sobre o facto de a operação ter sido realizada pela SNI.
Numa reportagem divulgada horas depois, a Rádio e Televisão de Timor-Leste (RTTL) explica que a rusga foi efetuada numa “operação conjunta realizada por efetivos da polícia militar das forças navais da Força de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e dos serviços de investigação da PNTL”.
Terão sido encontradas “várias armas e munições, incluindo uma pistola, três outras armas, um arco automático e munições para várias armas, incluindo para a m16 e para Glock19”.
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