“(…) A abertura do canal de diálogo entre o STTAMP e a empresa (…), que manifestou a disponibilidade para reunir ainda no decorrer da presente semana para observar as questões que consideramos pertinentes no que respeita à situação laboral dos trabalhadores da TAP da Escala do Porto”, levou o sindicato a desconvocar a greve, refere a estrutura em comunicado.

O STTAMP considera que os resultados da paralisação, ainda que parciais, foram “um sucesso”, acrescentando ainda que os balcões da TAP no aeroporto do Porto regressarão ao “seu funcionamento habitual evitando-se assim mais constrangimentos nestes serviços”.

A greve dos técnicos comerciais ao serviço da TAP no aeroporto do Porto registou na terça-feira uma adesão de 100%, impedindo a cobrança de excessos de bagagem e a gestão de atrasos e de ‘overbooking’, segundo fonte sindical.

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da TAP assegurou na ocasião, contudo, que o protesto “não teve qualquer impacto na operação” da companhia.

Segundo a delegada do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes da Área Metropolitana do Porto (STTAMP), Maria Luís Martins, aderiram à greve os seis trabalhadores escalados para os dois balcões de atendimento dos serviços da TAP no Aeroporto Sá Carneiro, que estavam no momento encerrados.

Em causa estava o balcão de irregularidades (onde são, por exemplo, cobrados os excessos de bagagens ou reemitidos bilhetes) e o balcão de vendas de bilhetes.

De acordo com Maria Luís Martins, a adesão total dos trabalhadores à greve – justificada com a “completa deterioração” das relações laborais com a chefia da Escala TAP no Porto – implicou alterações “na dinâmica da operação” da companhia, já que “não estão a ser cobrados excessos de bagagens”, nem está a ser feita a devida “gestão de voos em ‘overbooking’ [mais bilhetes vendidos que lugares]” e dos casos de perdas de ligações devido a atrasos.

No total, a paralisação envolveu perto de três dezenas de técnicos comerciais ao serviço da TAP nos dois balcões de atendimento da companhia no Porto.

Segundo o STTAMP, os grevistas reclamavam “uma abertura de diálogo” por parte da administração da transportadora aérea nacional, considerando que as chefias demonstram uma “clara tendência para a prepotência e autoritarismo”.

Na base do protesto estava ainda a "não contabilização de trabalho extraordinário em prolongamento/antecipação [do horário de trabalho] e falta de intervalo de refeição” e “a desconfiança e colocação em dúvida quanto à boa-fé dos trabalhadores em relação a esquecimentos de picagem, passando pela ineficiente organização dos tempos de trabalho e pela desconsideração pelas opiniões válidas dos trabalhadores”.

O sindicato disse ainda verificar-se a ausência de resposta aos sucessivos pedidos de adesão ao Acordo de Empresa por parte desta organização sindical, “em claro detrimento e desprestígio pelas relações laborais e institucionais no que concerne aos trabalhadores representados pelo STTAMP”.

A greve implicava uma paralisação diária entre as 12:00 e as 14:00 e a não realização de trabalho extraordinário a partir das 23:00.