Inicialmente, Kim e Trump travaram uma batalha verbal e trocaram ameaças, antes de uma extraordinária amizade diplomática que se traduziu em dois encontros e uma declaração de amor do ex-presidente dos Estados Unidos.
Nenhum avanço significativo, todavia, foi registado e o processo ficou paralisado após o encontro em fevereiro de 2019, em Hanói, no Vietname, que terminou de modo abrupto na questão sobre o alívio das sanções e o que Pyongyang estava disposta a ceder em troca.
De acordo com o documentário da BBC, com o título "Trump Takes on the World", o ex-presidente norte-americano "surpreendeu até os diplomatas mais experientes" com a oferta de boleia até à Coreia do Norte a Kim no Air Force One depois do encontro
Se Kim tivesse aceitado a oferta, o líder norte-coreano — e provavelmente algumas pessoas da sua comitiva — teria entrado no avião presidencial norte-americano, assim como a aeronave teria penetrado no espaço aéreo norte-coreano, o que levaria a várias questões de segurança.
"O presidente Trump ofereceu a Kim uma boleia no Air Force One", declarou à BBC Matthew Pottinger, principal especialista para Ásia no Conselho de Segurança Nacional de Trump.
"O presidente sabia que Kim tinha feito uma viagem de vários dias de comboio através da China até Hanói e o presidente disse: 'Eu posso levá-lo para casa em duas horas, se desejar'. Kim recusou".
Para a sua primeira reunião com Trump em Singapura em 2018, Kim viajou num avião da Air China. As autoridades chinesas estão interessadas em manter a Coreia do Norte — cuja existência como Estado-tampão mantém as tropas americanas na Coreia do Sul longe da fronteira da China — sob a sua esfera de influência.
Durante a reunião de Singapura, Trump mostrou a Kim o interior do seu veículo presidencial - um Cadillac de 1,5 milhão de dólares conhecido como "The Beast", numa demonstração de amizade.
A pretensa amizade entre os EUA e a Coreia de Norte, contudo, foi sol de pouca dura. No mês passado. Kim declarou que Washington é o "maior inimigo" do seu país, que possui a arma nuclear, e afirmou que a política dos Estados Unidos contra a Coreia do Norte "nunca mudará", independentemente de "quem está no poder".
A imprensa estatal norte-coreana ainda não citou o nome de Joe Biden, que venceu Trump na eleição presidencial de novembro.
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