O incidente ocorreu quando um operador da arma antiaérea ZU-23-2 confundiu os exercícios no campo militar Kuzminsky, na região de Rostov com uma situação real, de pouso de paraquedistas ucranianos e começou a disparar contra as suas próprias tropas, noticiou o jornal da oposição bielorrusso Nexta.
Já o portal Kiyv Post noticiou que situações de ‘fogo amigo’, ou seja, de fogo entre as próprias Forças Armadas não são inéditos entre os russos, citando declarações de Oleksandr Shtupun, porta-voz do grupo operacional-estratégico Tavria da Ucrânia, que referiu que o medo levou as tropas russas a “disparar contra tudo o que se move”.
“Tem havido mais incidentes de ‘fogo amigo’ ultimamente, envolvendo infantaria e ‘drones'”, realçou, em declarações à televisão nacional ucraniana.
No entanto, como a região de Rostov serve como área de retaguarda para a invasão da Rússia, o incidente pode significar que o medo e a falta de ânimo espalharam-se para além da linha da frente e para as bases russas, referiu ainda o Kiyv Post.
A mesma fonte apontou a “má coordenação” como fator responsável pelos incidentes de ‘fogo amigo’, divulgando declarações de um soldado russo em novembro sobre a coordenação das suas Forças Armadas.
O Kiyv Post publicou também imagens divulgadas nas redes sociais sobre alegados casos de ‘fogo amigo’ nas forças russas.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 após a desagregação da antiga União Soviética e que tem vindo desde então a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
Comentários